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por Fernando Moreira de Souza
De acordo com matéria publicada pela Agência Minas, Minas Gerais abriga a maior reserva mundial de nóbio, localizada em Araxá, no Alto Paranaíba. O mineral, considerado essencial para a transição energética, tem recebido investimentos significativos nos últimos anos. Em 2024, o estado se consolidou como o principal exportador brasileiro da cadeia produtiva de nóbio, representando 80,5% das vendas nacionais. O volume de exportações alcançou US$ 2,1 bilhões, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior, com destino a 18 países, incluindo China, Países Baixos, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.
Para fortalecer a cadeia produtiva, o Governo de Minas tem promovido a atração de investimentos e o fomento à pesquisa. No final de 2024, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) inaugurou, em Araxá, a maior planta do mundo dedicada à produção de ânodos de nóbio. No mesmo ano, uma parceria entre a Toshiba e a Volkswagen resultou no lançamento do primeiro ônibus elétrico movido a bateria de íons de lítio com nóbio, tecnologia que permite recargas ultrarrápidas e maior segurança para os componentes.

Nos últimos cinco anos, aproximadamente R$ 11 milhões foram aplicados em 32 pesquisas relacionadas ao nóbio, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Segundo o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sede-MG, esses investimentos visam ampliar o potencial industrial do estado e gerar empregos de qualidade.
Papel do nóbio na transição energética
O nóbio desempenha um papel estratégico em diversas indústrias, sendo utilizado na produção de aços especiais para construção civil, setor automotivo e turbinas de aviação. O mineral também compõe superligas metálicas, catalisadores e aceleradores de partículas. Uma de suas aplicações mais inovadoras é na melhoria da performance das baterias de lítio, possibilitando recargas em apenas dez minutos.
A mina de nóbio de Araxá foi descoberta em março de 1953 pelo geocientista Djalma Guimarães. Em homenagem à descoberta, o dia 31 de março foi instituído como o Dia do Nóbio, destacando a relevância desse recurso para a economia e para o avanço tecnológico do Brasil.