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Por Redação
Em um dos debates mais aguardados sobre minerais críticos na COP30 no Fórum Empresarial da AmCham Brasil, o CEO da PLS, Dale Henderson, afirmou que o mundo vive uma corrida inédita por lítio e que o Brasil tem condições únicas para se tornar um polo estratégico na nova economia verde.
A participação de Henderson ocorreu no painel “Blocos de construção da transição energética: o papel dos minerais”, onde o executivo destacou que o lítio — insumo central para baterias e tecnologias de armazenamento — está no centro do crescimento mais acelerado entre todos os minerais críticos.
Henderson disse que era “um privilégio estar em Belém, no coração da Amazônia”, onde o debate global sobre clima e desenvolvimento sustentável ganha novos contornos. Ele apresentou a PLS como a maior produtor independente de lítio de rocha dura do mundo, responsável por 8% da oferta global, e destacou um marco importante: a primeira aquisição internacional da companhia – projeto Colina, em Salina MG – feita justamente no Brasil.
Segundo Henderson, o Brasil tem “uma oportunidade incrível. Possui riqueza mineral, tem capacidade de processamento, é um dos setores de mineração mais maduros e respeitados globalmente e oferece estabilidade e um ambiente que apoia o desenvolvimento sustentável.”
Para ele, essas condições explicam a entrada da companhia australiana no país e reforçam a aposta de longo prazo da PLS no Brasil.

Mercado jovem, volátil e dominado pela China
Henderson avaliou que o mercado de lítio deve continuar volátil, característica que ele atribui ao fato de se tratar de uma indústria ainda jovem, em expansão e com cadeias de suprimento globais incompletas.
“Hoje, a cadeia do lítio está essencialmente concentrada na China. O mundo todo se beneficia disso, mas, dada a perspectiva de crescimento, muitas outras cadeias serão necessárias.”
A fala confirma uma tendência já percebida por especialistas: diversificar a produção de lítio e reduzir a dependência da indústria chinesa tornou-se prioridade de países industrializados, investidores e empresas de tecnologia.
Questionado sobre quais políticas públicas são essenciais para que países consigam adquirir tecnologia e escalar a produção de minerais críticos, o executivo defendeu uma estratégia de múltiplos níveis.
Segundo ele, a construção de cadeias globais sustentáveis passa por governos. “É preciso estabilidade, clareza regulatória e continuidade. Onde for possível, infraestrutura também ajuda.”
Henderson disse que o setor privado não pode esperar apenas por políticas públicas: “As empresas precisam trabalhar juntas e aproveitar cada uma suas fortalezas.” Ele citou como exemplo os movimentos da PLS no mundo:joint venture para uma planta química na Coreia do Sul,parcerias com empresas químicas na China e investimentos internacionais, incluindo o Brasil.
Engajamento comunitário
Para o executivo, este é o elemento mais decisivo. A comunidade precisa ser envolvida desde o início. Tive o privilégio de estar com a comunidade local na terça-feira (12/11) e foi inspirador ver a colaboração tão próxima.”
“Não é só responsabilidade do governo”
Henderson fez ainda um alerta sobre discursos simplistas que atribuem aos governos toda a responsabilidade por acelerar o setor de minerais críticos. “Muitas vezes o governo é responsabilizado por não fazer o suficiente, mas a verdade é que vários níveis precisam trabalhar juntos.”
Ele concluiu sua fala reforçando que a PLS vê no Brasil um dos ambientes mais promissores do mundo para o desenvolvimento sustentável do lítio, e que pretende expandir sua atuação no país.
A fala do CEO da PLS soma-se a uma sequência de posicionamentos de empresas globais que veem o Brasil como alternativa estratégica para o fornecimento de minerais críticos. Com vastas reservas, maturidade regulatória e crescente protagonismo na COP30, o país surge como peça chave na reconfiguração das cadeias produtivas que darão sustentação à transição energética.














