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Por Redação
Durante o Minas Day Pocket, realizado na Casa ABEMA, a diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da PLS, Marisa Cesar, apresentou um caso de sucesso de diálogo comunitário e governança socioambiental do setor de lítio no Vale do Jequitinhonha. O painel integrou o debate “O futuro da mineração: sustentabilidade e transição justa”, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (SEMAD/MG) e pela ABEMA.
A executiva destacou a importância do encontro para debatero desenvolvimento de uma mineração sustentável. “A PLS trouxe para a COP 30 um case de justiça climática, que talvez seja de muito interesse — não só das organizações civis, mas também das próprias mineradoras — como um processo mais célere e que leva em consideração as comunidades.”
Consulta prévia e escuta ativa: “Não fizemos por obrigatoriedade”
Marisa descreveu o histórico de relacionamento comunitário da PLS no entorno do empreendimento, em Salinas (MG).“Desde o primeiro momento, a empresa começou a fazer o contato com as comunidades, fazendo letramento minerário — e não somente com a comunidade tradicional, mas com todas as comunidades da área diretamente afetada.”
Ao abordar o processo de consulta livre, prévia e informada, Marisa explicou que a empresa optou por realizá-lo mesmo sem haver território quilombola formalmente delimitado pelo INCRA:
“Nós somos signatários da OIT 169. Então, por uma questão moral, decidimos realizar a consulta. Quando saiu o decreto estadual exigindo consulta, a gente já estava entregando a finalização do processo, que teve 100% de aprovação pela comunidade quilombola Olaria Bagres.”
Para a executiva, esse processo revelou uma lição essencial: “Justiça climática não é só pensar nos benefícios para a empresa. É um benefício para a sociedade.”
Letramento minerário e educação ambiental
Marisa detalhou como a PLS estruturou ações educativas para gerar compreensão sobre a atividade mineral, que a empresa pretende desenvolver na região. “Começamos a ensinar para as comunidades o que é uma mineração, o que é uma mineração de lítio, por que é diferente de uma mineração de ferro, o que é uma pilha de estéril seco, o que podemos fazer com esses resíduos, como gerar materiais para construção.”
Segundo ela, o objetivo é garantir que o social, o ambiental e a governança caminhem juntos: “Tudo isso a gente começou a trabalhar de forma que falar de ESG estivesse atrelado a cada processo que fazemos.”

Investimentos sociais e fortalecimento cultural
Marisa apresentou ainda iniciativas realizadas fora das obrigações do licenciamento. “Adicional ao obrigatório, temos o Programa de Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental, com ações complementares.”
Uma dessas ações envolveu o resgate cultural quilombola, após pedido da comunidade: “Eles disseram que gostariam de voltar a tocar música com equipamentos tradicionais. Fizemos a doação dos instrumentos.”
A comunidade pediu professores. A empresa atendeu: “Nós já pagamos um ano de aulas para as turmas — crianças, adolescentes e adultos.”
Outras ações incluíram: reforma de uma fábrica de farinha na comunidade Canela D’Ema (300 empregos); construção de uma creche em Nova Fátima; doação de equipamentos agrícolas para formação de cooperativa na comunidade Curralinho; ampliação das sedes das associações de Pavão e Olaria Bagres e a construção da sede da associação em Baixa Grande.
Marisa César comentou os problemas vividos por outras empresas do setor no Vale do Jequitinhonha. “Os problemas que temos visto não são bons para o setor. Nós entendemos que temos de trabalhar de forma que o setor se fortaleça. Pensar no que é bom para a comunidade.”
Ela lembrou que o Vale do Jequitinhonha — uma das regiões mais pobres do país — vive transformação acelerada com a chegada dos novos projetos: “A região começou a se transformar por conta dos trabalhos das empresas que ali chegaram.”
A executiva comentou a percepção do CEO global da PLS, Dale Henderson, sobre o processo de licenciamento no Brasil em um evento com os principais executivos de mineração da Australia. “Dale comentou que prefere o Brasil à Austrália. Reforçou que a governabilidade no Brasil é mais célere: enquanto na Austrália um licenciamento ambiental leva cerca de 3 anos, no Brasil a Licença Prévia de Implantação foi emitida em apenas 13 meses.”
E completou: “Quando ele encontrou o governo estadual e federal, achou muito sério o processo de licenciamento mineral e ambiental. Ele levou isso ao conselho. Foi decisivo para comprar o projeto no Brasil.”
A apresentação de Marisa Cesar na COP30 reforçou a agenda do setor na conferência: a necessidade de uma mineração que una regulação forte, engajamento comunitário e desenvolvimento socioeconômico.
“Nós entendemos que justiça climática é ouvir, é dar sentido, é proporcionar benefícios. Isso é essencial para construir uma mineração sustentável.”













