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Por Ricardo Lima
A ação da CSN Mineração (CMIN3) recuava 5,07%, a R$ 5,24, por volta das 14h30 desta terça-feira (27), contrariando o tom positivo do Ibovespa. O movimento seguiu relatório do Morgan Stanley, que mudou a recomendação do papel de neutra para venda e cortou o preço-alvo de R$ 6,20 para R$ 5,30 — potencial de desvalorização de 4% sobre o fechamento anterior. Informações segundo a BP Money.
No parecer, os analistas Eugenia Cavalheiro, Carlos de Alba e Henrique Braga apontaram o enfraquecimento do minério de ferro, que recuou 1,76% em Dalian, como fator adicional de pressão. Eles escreveram — “vemos uma dinâmica de oferta e demanda mais desafiadora pesando sobre o desempenho da ação, enquanto o plano de expansão da empresa permanece uma incógnita devido a atrasos significativos em seu principal projeto de crescimento” — e depois citaram a mina Itabirite P15, cujo start-up foi adiado de 2023 para o quarto trimestre de 2027.
Segundo o trio, “vemos um risco crescente de execução relacionado à entrega no prazo e dentro do orçamento da P15, o que levaria a uma desvalorização em relação ao nosso cenário base atual”, acrescentaram, em análise subsequente.
Pré-pagamentos pressionam caixa futuro
O Morgan Stanley também destacou sete contratos de pré-pagamento que somam 55,1 milhões de toneladas a serem entregues até 2029 por US$ 2,4 bilhões. De acordo com o relatório, “esses contratos garantem acesso imediato a caixa e liquidez, mas levam a uma menor conversão de Ebitda para Fluxo de Caixa Livre (FCF) ao longo do tempo”; em seguida, o banco estimou FCF médio negativo de 9% entre 2025 e 2027, assumindo ausência de novos acordos.
Para o mercado, parte dos riscos já foi precificada, mas a combinação entre preço do minério, atrasos na expansão e consumo de capital de giro sustenta a visão negativa dos analistas.