A mineradora canadense Ero Copper está focada no mercado brasileiro e possui ativos em três estados. Em entrevista por e-mail ao BNamericas, o cofundador e CEO da empresa, David Strang, compartilhou os planos de crescimento para seus diferentes projetos.
A Ero controla a mineradora de cobre Mineração Caraíba, responsável pelas minas subterrâneas Pilar e Vermelhos, e a mina a céu aberto Surubim, na Bahia. A empresa também detém o projeto de desenvolvimento de óxido de ferro, cobre e ouro Boa Esperança, conhecido como Tucumã, no Pará, além de ser proprietária da NX Gold, que controla a mina de ouro e prata Xavantina, no Mato Grosso.
Segundo David Strang, a empresa está avançando com os projetos de crescimento. O projeto Tucumã, localizado em Carajás, está perto de 50% de conclusão física, com previsão de produção a partir do segundo semestre de 2024. A expectativa é que a produção de cobre seja dobrada para cerca de 100.000 a 110.000 toneladas em 2025.
“A Ero Copper iniciou a construção do projeto Tucumã em abril de 2022 e está se aproximando de 50% da conclusão física. A produção deve começar no segundo semestre de 2024 e mais do que dobrar a produção consolidada de cobre da Ero, para aproximadamente 100.000 a 110.000 toneladas em 2025”, disse.
Ero Copper no Brasil
O novo poço externo nas operações de Caraíba, com conclusão prevista para o final de 2026, permitirá níveis mais altos e sustentados de produção de minério, além de custos unitários mais baixos e menos emissões de carbono a partir de 2027. Nas operações de Xavantina, a iniciativa NX 60 visa alcançar níveis constantes de produção anual de ouro de cerca de 60.000 onças até 2024.
Ainda segundo ele, a partir do segundo semestre de 2023, a produção de Santo Antônio será complementada pela produção do veio Matinha, aumentando o uso da usina de aproximadamente 60% para quase 75%. Além disso, isso elevará a produção anual de ouro prevista para uma faixa de 55.000 a 60.000 onças a partir de 2024.
Para financiar seus projetos, a Ero Copper emitiu US$ 400 milhões em títulos no primeiro trimestre de 2022, e combinado com os fluxos de caixa operacionais, a empresa possui capital suficiente para as iniciativas de crescimento.
“Para o projeto Tucumã, o capex total é de cerca de US$ 305 milhões. Cerca de US$ 80 milhões foram gastos até o final do primeiro trimestre de 2023, incluindo equipamentos e depósitos contratuais, resultando em gastos remanescentes de cerca de US$ 225 milhões. Gastamos uma parte significativa desses US$ 225 milhões restantes no segundo trimestre de 2023, e divulgaremos nossos relatórios financeiros do segundo trimestre no início de agosto”, disse.
O executivo também pontuou que a Ero Copper não está planejando vender nenhum ativo no Brasil e nem está procurando parceiros. O foco da empresa é expandir os negócios no Brasil, aproveitando a experiência e o grande potencial de suas equipes de exploração e construção de minas no país.
“Dessa forma, qualquer oportunidade externa avaliada normalmente envolve projetos em estágio de exploração e desenvolvimento”, afirmou.
A mineradora está atenta ao fortalecimento do real frente ao dólar, o que pode afetar seus custos e investimentos. Quanto à reforma tributária em discussão no Congresso brasileiro, a empresa ainda não pode avaliar o risco de aumento de impostos, mas monitora de perto as propostas e seus possíveis impactos nos negócios.
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*Com informações de BNAmericas