A Unigel, uma das principais empresas químicas da América Latina e a maior fabricante brasileira de fertilizantes nitrogenados, anunciou hoje a decisão de retomar as operações da Unigel Agro Sergipe. A fábrica, localizada na cidade de Laranjeiras, voltará a produzir ureia e amônia após ter sido arrendada da Petrobras em 2020.
Além disso, a Unigel também reiniciou a produção na Unidade de Estireno, situada em Cubatão (SP), ainda nesta semana, enquanto a fábrica em Sergipe está programada para retomar suas atividades a partir de setembro.
A empresa está atualmente em negociações com a Petrobras para estabelecer colaborações em projetos relacionados a energia renovável e fertilizantes, conforme mencionado em um comunicado divulgado em junho deste ano.
Unigel retoma promoção de fertilizantes
A decisão de reestruturação se baseia em melhorias sutis no ciclo petroquímico em geral. “O cenário da indústria química ainda é desafiador, mas entendemos que é o momento de retomar as atividades de maneira gradual e responsável. Prevemos um aumento na demanda por ureia até o final do ano devido à próxima safra de inverno”, afirmou o CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos.
Quando operando em plena capacidade, a fábrica de Laranjeiras tem a capacidade de produzir 450 mil toneladas de amônia e 650 mil toneladas de ureia por ano.
Noronha ressaltou que a retomada das operações é uma prioridade nacional, uma vez que o Brasil é fortemente dependente de importações de fertilizantes nitrogenados, com 85% da demanda sendo suprida por importações. A produção nacional é essencial para reduzir a vulnerabilidade do país no setor e garantir a segurança dos clientes, como enfatizou o agora senador Laércio Oliveira (PP/SE), que anteriormente estava na Câmara Federal.
No campo político, em maio, o Senado aprovou um requerimento apresentado pelo senador Laércio Oliveira para debater em uma sessão temática a importância e as dificuldades do mercado de fertilizantes no Brasil. O senador ressaltou a dependência do mercado internacional e a necessidade de reduzir essa vulnerabilidade, especialmente em face de eventos geopolíticos como o conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactou a segurança alimentar no Brasil.