A empresa de mineração Jaguar Mining anunciou o investimento em dois sistemas da etapa de lixiviação de ouro, que visam melhorar este processo. O objetivo, segundo a empresa, é agregar melhorias e mais sustentabilidade aos processos de beneficiamento do ouro.
O primeiro sistema adquirido pela empresa reduz o consumo de cianeto de sódio durante o processo de beneficiamento e o teor de ouro descartado com o rejeito. Já o segundo refere-se a um procedimento ligado ao concentrado gravítico.
Conforme explicou a empresa, o processo de lixiviação tem a capacidade de oxidar e dissolver o ouro. O produto disso é um sal solúvel à base de ouro, sódio e cianeto, bem como outros metais como ferro, arsênio, prata, cobre etc.
A primeira técnica adotada pela Jaguar Mining reduz o consumo de cianeto de sódio durante o processo de lixiviação e, portanto, diminui a concentração de ouro nos rejeitos. Para implementar a nova técnica, a Jaguar instalou um novo sistema de injeção de oxigênio nos tanques de pré-aeração e cianetação da polpa.
“Pressurizamos a polpa de um dos tanques de pré-aeração, recirculando-a do fundo do tanque para o seu topo e injetando oxigênio na tubulação de bombeamento. Usamos também lanças com tecnologia da White Martins que promovem a formação de microbolhas de oxigênio”, explica Istelamares Alvarenga de Barros, Coordenadora de Processos da Jaguar Mining.
A empresa observou que o oxigênio tem um papel fundamental na recuperação do ouro, especificamente antes e durante a cianetação do metal. Na etapa de pré-condicionamento, previamente à cianetação, ele oxida minerais como pirrotita, arsenopirita e outros sulfetos que afetam negativamente a dissolução do ouro.
“Durante a cianetação, ele participa ativamente na reação de extração do ouro do minério para uma fase líquida. Portanto, o controle da concentração de oxigênio dissolvido na polpa é um fator importante para a recuperação do mineral”, acrescenta Istelamares.
De acordo com a empresa, após a implantação do sistema, houve uma elevação da concentração de oxigênio dissolvido nos tanques. Com isso, houve uma oxidação mais eficiente dos minerais cianicidas (consumidores de cianeto).
Além disso, a empresa conseguiu reduzir em mais de 30% o consumo de cianeto de sódio. Também obteve uma melhor dissolução do ouro, reduzindo a concentração de ouro no rejeito em quase 20%. Por fim, registrou uma redução do custo com reagentes em aproximadamente R$ 500 mil/ano.
Enquanto isso, a segunda medida desenvolvida pela Jaguar Mining focou na concentração gravimétrica, ou seja, no processo de recuperação de ouro que se baseia na diferença de densidade específica das partículas.
“Este é um método mais econômico e comumente empregado na recuperação de ouro livre. Cerca de 50% a 60% do ouro produzido na unidade RG, em Caeté, é recuperado por este processo”, diz Istelamares.
Ainda segundo Istelamares, a empresa conseguiu reduzir o tempo de lixiviação intensiva de ouro de 12 horas, em 2013, para 2,5 horas, em 2022.
“A partir daí, adotamos como padrão a relixiviação do concentrado. Ambas as medidas têm garantido a otimização do processo e a recuperação de 98% do ouro do concentrado gravítico”, acrescenta Istelamares.