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por Fernando Moreira de Souza
Durante o seminário Cadeia de Valor de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização, evento promovido pelo BNDES e pelo IBRA, IsabellaTeixeira destacou que a segurança climática deve ser analisada sob a ótica da política global, e não apenas por meio de regulações ambientais. O setor privado, tanto nacional quanto internacional, deve desempenhar um papel decisivo na formulação de estratégias para a transição climática e na estruturação de modelos de negócio sustentáveis.
A eficiência no uso de recursos naturais e tecnologia precisa ser convertida em competitividade e preços justos nos mercados consumidores. A falta dessa tradução econômica compromete a viabilidade dos investimentos e limita o engajamento do setor produtivo. Além disso, alertou que o Brasil ainda engatinha no conceito de circularidade, focando excessivamente na reciclagem e deixando de lado estratégias mais amplas de eficiência no uso de recursos desde o início da cadeia produtiva.
Os Desafios da Transição Energética
Atualmente, cerca de 80% da matriz energética mundial ainda depende de combustíveis fósseis, tornando necessária uma abordagem pragmática para viabilizar a descarbonização. Para que o Brasil se torne um fornecedor de soluções climáticas, é fundamental superar barreiras de desenvolvimento e realizar escolhas estratégicas para reduzir vulnerabilidades econômicas e ambientais.
A mineração, ao fornecer materiais essenciais para eletrificação e inovação tecnológica, assume um papel central nessa transformação. No entanto, a integração entre infraestrutura, políticas públicas e investimentos privados ainda representa um desafio. “Não adianta discutir novas economias na Amazônia sem debater logística e infraestrutura que viabilizem esse desenvolvimento”, afirmou.
Isabella também ressaltou que o mundo está em um ponto de inflexão, no qual as mudanças climáticas ocorrem em velocidade maior do que previam os modelos científicos. Esse cenário de incerteza exige um novo entendimento sobre a segurança climática e energética, bem como sobre os riscos e oportunidades associados à transição ecológica.
O Papel do Setor Privado na Sustentabilidade
A ex-ministra demonstrou que o setor privado precisa adotar uma postura mais ativa na transição para uma economia de baixo carbono. A governança climática atual apresenta limitações e demanda inovações para garantir maior eficiência e celeridade nos processos de transição.
A interconexão entre segurança mineral, segurança energética e segurança alimentar foi enfatizada como um fator crítico para o sucesso das iniciativas sustentáveis. Isabella defendeu que, sem um planejamento integrado, a economia global continuará vulnerável aos impactos das mudanças climáticas e às flutuações do mercado de recursos naturais.
Além disso, a transição energética e a busca por resiliência não podem ser guiadas pelo medo ou por dogmas ultrapassados. É essencial que as mudanças sejam baseadas em ciência e inovação, aproveitando o potencial do Brasil como um país rico em recursos naturais e biodiversidade. O Brasil tem uma vantagem geopolítica significativa, pois possui boas relações diplomáticas com todos os países do mundo e pode se posicionar estrategicamente na construção de um novo modelo econômico sustentável.
A ex-ministra concluiu sua análise ressaltando que a transição climática é uma escolha global, e o Brasil tem condições de se posicionar como líder nessa transformação, desde que estabeleça políticas claras e viáveis para a mineração e a segurança climática. Para isso, será essencial conectar a agenda da transição energética com a agenda da bioeconomia e da inovação tecnológica, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável que una crescimento econômico e conservação ambiental.
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