As importações de produtos de ferro e aço no Brasil totalizaram US$ 9 bilhões em 2023, indicando um aumento significativo de US$ 944 milhões em comparação com o ano anterior.
Os dados, obtidos pela fintech de comércio exterior Vixtra, a partir de informações da Secretaria de Comércio Exterior, revelaram um crescimento percentual de 12%, enquanto o peso importado registrou um aumento de 39%.
Nos últimos cinco anos, houve um aumento gradual nas importações desses produtos, com exceção de 2020, quando uma queda foi observada devido à pandemia de Covid-19.
Destaques e Setores Impactados
Os produtos que se destacaram nas importações incluem laminados de ferro ou aço (14%), parafusos e fixadores (10%), tubos e perfis (10%), peças diversas de aço ou ferro (8%) e acessórios para tubos (5%).
Esses materiais desempenham um papel crucial em setores-chave da economia, como construção civil, infraestrutura, manufatura e indústrias de base.
Origem das Importações
A China figura como principal fornecedora, contribuindo com 39% das importações de produtos de ferro e aço no Brasil entre janeiro e dezembro de 2023. Em seguida, estão Alemanha (9%), Estados Unidos (8%), Itália (4%) e Japão (4%).
Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, atribui a liderança chinesa ao baixo valor de mercado praticado pelo exportador, incentivando as importações, principalmente em grandes quantidades. Ele destaca que a crise do mercado imobiliário e a desaceleração econômica na China levaram as produtoras a exportar o excedente de materiais, com o apoio do governo chinês.
Estímulos e Redução de Tarifas
A redução da tarifa de importação de itens siderúrgicos em 10%, implementada no ano anterior, foi um estímulo significativo para as importações.
Em outubro de 2023, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior excluiu 12 produtos siderúrgicos dessa redução, visando fortalecer a competitividade do aço brasileiro no mercado interno.
Leonardo Baltieri enfatiza que, apesar da redução tarifária, a ação recente da Camex busca estimular a competitividade no mercado interno sem criar obstáculos para as empresas que optam por importar. Ele expressa confiança no amplo espaço para produção local e importação, considerando o vasto mercado consumidor brasileiro.