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ESPECIAL EXPOSIBRAM
Warley Pereira
Durante a Exposibram Nordeste 2025, realizada pela primeira vez em Salvador, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, destacou o papel estratégico da Bahia na nova agenda mineral do país. Em entrevista exclusiva ao Minera Brasil, Carballal afirmou que a mineração é base da transição energética e defendeu uma atuação pública e privada mais integrada, moderna e sustentável.
“A mineração está presente em tudo ao nosso redor. E quando pensamos em um futuro de baixo carbono, é impossível imaginar uma transição energética sem os minerais — especialmente os críticos e estratégicos”, afirmou.
Para o presidente da CBPM, o setor vive um processo de transformação, no qual o diálogo com a sociedade e o uso de novas tecnologias são essenciais para garantir uma mineração sustentável, includente e inovadora.
“A mineração acordou para a necessidade de escutar mais as comunidades, compreender suas vocações e modernizar processos. É um setor centenário que precisa se reinventar para permanecer relevante e responsável”, completou.
Carballal celebrou a decisão do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) de realizar uma edição da Exposibram na Bahia, destacando o papel do estado como terceiro maior produtor mineral do Brasil e referência em energias renováveis.
“A Bahia merecia sediar esse evento. Temos uma matriz energética diversificada e potencial geológico imenso. Nosso dever é garantir segurança jurídica aos investidores e construir uma governança que una desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental”, disse.
Nova fase da CBPM
O dirigente destacou ainda a mudança de posicionamento institucional da CBPM, que deixa de atuar apenas como empresa de pesquisa mineral para se consolidar como companhia de produção, fomento e atração de investimentos.
“Estamos vivendo um novo tempo. A CBPM passa a ser uma empresa de produção, parceira do setor privado e do governo. Produzir também é pesquisar. Nosso papel é encurtar o tempo entre a prospecção e o início da produção, gerar valor agregado e fortalecer a verticalização na Bahia”, afirmou.
Carballal defendeu o modelo de parceria entre o setor público e a iniciativa privada, ressaltando que essa integração é o que define a mineração moderna:
“Não se trata de estatização, mas de parceria. A CBPM pode auxiliar em licenciamento, financiamento e diálogo com comunidades. É isso que torna o ecossistema mais eficiente e competitivo”, explicou.
Desafios nacionais
“A transição energética é urgente, mas não podemos perder de vista a estrutura regulatória. Uma agência forte e funcional é essencial para o país não deixar riqueza parada. Sem isso, a corrida tecnológica e o desenvolvimento mineral ficam comprometidos”, alertou.
Para Carballal, o Brasil vive um momento de oportunidade global, impulsionado pela geologia “abençoada” do país, mas precisa transformar potencial em projetos concretos.
“Uma mineração moderna, sustentável e bem regulada é o caminho para garantir desenvolvimento econômico e social duradouro”, concluiu.














