por Fernando Moreira de Souza
Os Estados Unidos repatriaram ao Brasil uma esmeralda encontrada em 2001, na Bahia e avaliada em R$ 6 bilhões. A pedra preciosa é considerada um tesouro nacional de 380 kg e está entre as maiores já encontradas no mundo. A esmeralda ficará exposta no Museu Nacional do Rio de Janeiro, assim que chegar ao Brasil, o que ainda não tem data para acontecer. A repatriação ainda aguarda a contestação das outras partes do processo. A pedra se encontra sob custódia da Polícia de Los Angeles, na Califórnia.
A argumentação da AGU, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região e do Ministério Público Federal foi de que a peça brasileira havia sido extraída e contrabandeada ilegalmente para os Estados Unidos. As instituições no Brasil tiveram a cooperação do Judiciário norte americano e a sentença proferida pelo juiz Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, decepcionou ao menos 10 indivíduos e empresas que disputavam a esmeralda.
Uma reportagem do Fantástico apurou que em 2001 a esmeralda foi extraída em Pindobaçu, cidade com 20 mil habitantes, no norte da Bahia, conhecida como a “capital das esmeraldas”. A peça ficou conhecida como “Esmeralda Bahia” e foi vendida por um garimpeiro por R$ 45 mil. Em 2005, dois brasileiros levaram a peça para Nova Orleans, nos Estados Unidos. A esmeralda, que estava guardada em um depósito, desapareceu quando a cidade foi atingida pelo furacão Katrina e foi encontrada por mergulhadores em um cofre submerso. Como ninguém comprovou a posse legítima da peça, ela ficou sob custódia das autoridades.
Os homens acusados de levar a pedra para os EUA foram condenados pela Justiça de Campinas por uso de documentos falsos, receptação e contrabando, em 2017, o que abriu portas para o governo brasileiro procurar a Justiça norte americana.