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por Fernando Moreira de Souza
De acordo com matéria publicada na Mining.com, a China pretende reforçar suas reservas estratégicas de metais industriais em 2024, visando fortalecer a segurança no abastecimento de minerais essenciais. A iniciativa ocorre em um contexto de crescente demanda impulsionada pela transição energética e de tensões geopolíticas em alta.
De acordo com fontes próximas ao assunto, o governo chinês planeja adquirir metais como cobalto, cobre, níquel e lítio. Essas fontes, que solicitaram anonimato por não estarem autorizadas a divulgar informações sigilosas, informaram que a Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas já realizou consultas de preços e tentou efetuar compras desses materiais.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), principal órgão de planejamento econômico do país, mencionou a iniciativa em seu relatório ao parlamento no início do mês, destacando que a China pretende acelerar a constituição de reservas estratégicas. A instituição, no entanto, não comentou oficialmente sobre o assunto.
Impacto no mercado e motivações estratégicas
O estoque estatal da China, anteriormente denominado State Reserve Bureau, administra uma ampla gama de commodities, desde petróleo bruto e carne suína até cobre. A magnitude das aquisições governamentais tem potencial para influenciar significativamente os preços globais. Nos últimos anos, o país já vinha reforçando seus estoques de metais, incluindo cobalto, além de substituir reservas antigas de cobre por novos lotes.
Além da necessidade de assegurar o suprimento em momentos de crise, os estoques também são utilizados para regular a oferta e estabilizar os preços. Embora algumas iniciativas sejam divulgadas, informações detalhadas sobre volume e cronograma das aquisições são mantidas sob sigilo.
Cenário global e flutuações nos preços
Nos últimos tempos, a China tem ampliado a diversificação de seus fornecedores de commodities, buscando reduzir riscos. Entretanto, as tarifas comerciais impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e a consequente volatilidade do mercado intensificaram os desafios para o país. Essa conjuntura também contribuiu para a elevação dos preços de alguns metais.
Na quinta-feira, o cobre negociado na London Metal Exchange superou a marca de US$ 10.000 por tonelada, atingindo o nível mais alto desde outubro. Paralelamente, na Comex de Nova York, os preços se aproximaram de um recorde histórico. Em fevereiro, Trump ordenou que o Departamento de Comércio dos EUA investigasse as importações de cobre, o que pode resultar na imposição de tarifas adicionais. Desde então, os preços dispararam, levando comerciantes a acelerar o envio do metal para os Estados Unidos, reduzindo a oferta global.
O cobalto, fundamental para a produção de baterias, também registrou alta expressiva. Após enfrentar queda nos preços nos últimos anos devido ao aumento da produção global, o metal se valorizou significativamente este mês, impulsionado pela moratória de exportação implementada pela República Democrática do Congo, maior produtora mundial do insumo.