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Por Ricardo Lima
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 566 milhões destinado à Gerdau. Os recursos serão aplicados na construção de um mineroduto e de um rejeitoduto em Ouro Preto (MG), além da implantação de um centro de reciclagem de sucata em Pindamonhangaba (SP). É o que revela matéria da Folha.
De acordo com o banco, o projeto tem potencial para evitar a emissão de mais de 100 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE) por ano, além de gerar cerca de 4.500 empregos diretos e indiretos. O financiamento foi estruturado com recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), e do Finem, linha tradicional de crédito do BNDES.
Transporte mais limpo e reciclagem
O mineroduto, que terá 13 quilômetros de extensão, vai interligar a Mina de Miguel Burnier, em Ouro Preto, à usina de produção de aço da Gerdau em Ouro Branco (MG). Já o rejeitoduto contará com 10 quilômetros. Segundo a Gerdau, o sistema contribuirá para reduzir o tráfego de caminhões na região, além de permitir maior recirculação de água no processo produtivo.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o financiamento se enquadra na estratégia do governo para descarbonizar a indústria brasileira. “O projeto aprovado está relacionado à prioridade do governo do presidente Lula no âmbito da nova política industrial, que tem como missão a descarbonização, tornando a indústria nacional mais verde”, afirma.
Ele ainda reforçou que o mineroduto foi financiado com recursos do Fundo Clima por ser uma alternativa ao transporte rodoviário, responsável por maiores emissões. O banco estima que o mineroduto tem capacidade para substituir até 1.500 viagens diárias de caminhões no transporte de 60 mil toneladas de minério.
Outra parte relevante dos investimentos será destinada à instalação de um centro de reciclagem na unidade de aços especiais da Gerdau, em Pindamonhangaba. O espaço terá capacidade para processar e separar materiais ferrosos, não ferrosos e impurezas como borracha, plástico e terra, aumentando a eficiência do reaproveitamento da sucata.
Atualmente, a Gerdau adquire cerca de 10 milhões de toneladas de sucata por ano em todos os países onde atua. Só no Brasil, essa cadeia de suprimento envolve mais de um milhão de pessoas, entre cooperativas, catadores e fornecedores.
“Com estes investimentos, vamos ampliar a eficiência energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas nossas operações, bem como evoluir na competitividade do nosso negócio. Ficamos felizes em retomar o relacionamento com o BNDES e esperamos ter novas oportunidades de construir juntos”, afirma Rafael Japur, diretor financeiro da Gerdau.