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Por Ricardo Lima
A BHP Group confirmou que não seguirá adiante com uma potencial compra da Anglo American, encerrando especulações reacendidas após novas conversas preliminares entre as duas mineradoras — mesmo em meio ao contexto da proposta de fusão entre Anglo e a canadense Teck Resources.
A decisão ocorre após semanas de rumores e marca um novo capítulo na longa disputa envolvendo ativos de cobre, setor que tem impulsionado movimentos de fusões e aquisições na mineração.
BHP decide recuar, mas destaca potencial estratégico
A informação de que a BHP teria retomado o interesse em adquirir a Anglo American, inicialmente publicada por Bloomberg e Reuters, movimentou o mercado às vésperas da votação, marcada para 9 de dezembro, sobre a fusão de US$ 53 bilhões entre Anglo e Teck. A união criaria um dos maiores complexos de cobre do mundo, superando inclusive operações como a Escondida, no Chile.
No ano passado, a BHP já havia tentado comprar a Anglo por US$ 49 bilhões, mas abandonou as tratativas após divergências estruturais — a proposta exigia que a Anglo se desfizesse de participações em negócios considerados secundários, como diamantes e platina, principalmente na África do Sul. Desde então, as ações da Anglo tiveram desempenho superior às da BHP, fator que tornou ainda mais difícil um entendimento sobre valuation.
Com o avanço das negociações entre Anglo e Teck e dúvidas regulatórias no Canadá, as discussões entre BHP e Anglo voltaram a ocorrer, segundo fontes de mercado. No entanto, apesar do potencial interesse estratégico, a BHP decidiu retirar-se novamente do processo.
Em comunicado oficial, a empresa afirmou que “não está mais considerando uma compra da Anglo American”, encerrando a possibilidade de um novo movimento imediato. A BHP acrescentou que, apesar de ver valor na operação, mantém confiança plena em sua estratégia própria. “BHP continua a acreditar que a compra da Anglo American teria fortes méritos estratégicos e criaria valor significativo para todas as partes interessadas, mas está confiante no potencial altamente atraente de sua estratégia de crescimento orgânico”, destacou a companhia.
O comunicado, emitido sob a regra 2.8 do UK Takeover Code, também esclarece que a mineradora mantém o direito de reconsiderar sua posição em circunstâncias específicas. Entre essas hipóteses, a empresa cita: um acordo explícito da Anglo, o surgimento de uma oferta firme de terceiros, uma proposta de dispensa da Regra 9 apresentada pela própria Anglo ou a determinação das autoridades britânicas de que houve mudança material nas condições do processo.
Embora o recuo afaste uma possível compra neste momento, o tema deve continuar no radar do setor mineral, que vive um ciclo de recomposição de portfólios e busca por projetos de cobre em escala global — especialmente em meio à transição energética, que tem elevado a demanda pelo metal.












