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Por Ricardo Lima
A Aura Minerals registrou produção recorde de 74.227 onças de ouro equivalente (GEO) no terceiro trimestre de 2025, alta de 16% em relação ao trimestre anterior e de 9% na comparação anual. O forte desempenho operacional ocorreu em meio à escalada do preço do ouro no mercado internacional, que atingiu média de US$ 3.385 por onça no período, e ao início da operação comercial da mina Borborema, no Rio Grande do Norte.
A companhia reportou ainda o maior EBITDA ajustado de sua história para um trimestre: US$ 152 milhões, 95% acima do registrado no mesmo período de 2024, consolidando uma sequência de cinco recordes trimestrais consecutivos. A geração de caixa livre recorrente chegou a US$ 115 milhões, avanço de 91% ante o segundo trimestre.
A empresa reportou lucro líquido de US$ 5,63 milhões no terceiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo observado no mesmo período do ano anterior. Considerando ajustes contábeis e efeitos não recorrentes, o lucro líquido ajustado totalizou US$ 68,67 milhões no trimestre, refletindo o forte desempenho operacional, a expansão da produção e um ambiente favorável para o preço do ouro.
O presidente e CEO da Aura, Rodrigo Barbosa, afirmou que a companhia vive um momento operacional e financeiro excepcional, destacando recordes e forte disciplina de custos. Segundo ele, a empresa alcançou um resultado impulsionado por “preço realizado do ouro de US$ 3.385/oz e um Fluxo de Caixa Livre Recorrente de US$ 115 milhões no trimestre — alta de 91% em relação ao 2T25”.
Barbosa ressaltou ainda o “bem-sucedido início da produção comercial em Borborema em setembro de 2025, construído no prazo e dentro do orçamento, com zero incidentes com perda de tempo” e a queda de 4% no AISC, reforçando que a companhia segue focada em “entregar valor consistente aos acionistas (…) e cumprir a projeção de produção e custos para 2025 de 266 mil a 300 mil GEO”.
Expansão no Brasil e disciplina de custos
A expansão da produção foi impulsionada principalmente pelo avanço operacional em duas frentes. Em Almas (TO), o aumento do volume processado e a melhoria do teor mineral elevaram a produção para 15.088 GEO no trimestre, alta de 17% frente ao segundo trimestre de 2025, após a expansão da planta. Já Borborema (RN) registrou seu primeiro trimestre completo de operação, somando 10.219 GEO e iniciando oficialmente sua fase comercial em setembro. As demais operações da companhia — Apoena (MT), Aranzazu (México) e Minosa (Honduras) — mantiveram estabilidade e contribuíram para o desempenho consolidado.
No lado dos custos, o AISC recuou 4% ante o trimestre anterior, para US$ 1.396/oz, refletindo disciplina operacional. Almas foi destaque, com custo de US$ 1.128/oz, enquanto Borborema apresentou um nível competitivo de US$ 1.237/oz mesmo ainda em fase de ramp-up.
O resultado foi registrado em um momento de valorização do ouro no cenário global, sustentado por incertezas macroeconômicas, maior procura por ativos de proteção e expectativas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos. No Brasil, o setor mineral atravessa um ciclo de investimentos em projetos de maior escala e automação, com destaque para o Nordeste — região na qual Borborema se consolida como um dos principais ativos auríferos do país.
Redução expressiva da dívida
A Aura encerrou setembro com dívida líquida de US$ 63,7 milhões, queda de 77% sobre o trimestre anterior, reflexo do IPO na Nasdaq, da geração de caixa e da redução do capex após a conclusão de Borborema.
Com isso, o índice dívida líquida/EBITDA caiu para 0,15 vez, ante 0,81 vez no trimestre anterior.
Estratégia Corporativa
A empresa manteve guidance de produção anual entre 266 mil e 300 mil GEO em 2025 e segue com um programa de incentivo para conversão de BDRs (AURA33) em ações listadas na Nasdaq, sem cobrança de taxa bancária até 6 de novembro.
Com a migração para a Nasdaq e saída da TSX canadense, a mineradora busca consolidar liquidez no mercado americano e reforçar a presença internacional.
Para os próximos meses, a companhia projeta otimizar o ramp-up de Borborema, avançar no processo de aquisição da MSG e manter sua política de dividendos trimestrais. A expansão das operações deverá vir acompanhada de iniciativas ESG, incluindo investimentos em energia renovável e projetos de reúso de água.













