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Por Ricardo Lima
A mineração retorna a Pedra Branca do Amapari (AP) com a formalização de um acordo entre o Governo do Amapá e a DEV Mineração, que viabiliza o projeto Ferro Amapá, estimado em US$ 200 milhões, após seis anos de recuperação judicial. A iniciativa marca a retomada da exploração de minério de ferro no município, encerra o período de paralisação e recoloca o empreendimento no centro da economia mineral do estado.
O acordo também prevê um investimento inicial de US$ 6 milhões para reativação emergencial da mina e a liberação antecipada de recursos à prefeitura, destinados ao pagamento de pessoal e serviços essenciais.
“É um projeto grande, que começa imediatamente agora em 2026, mas que vai se agigantar nos próximos cinco anos, de forma muito expressiva, o que muda totalmente a realidade econômica do povo do Amapá”
Governador Clécio Luís
Acordo entre governo e empresa consolida retomada da atividade mineral
As negociações foram formalizadas durante uma videoconferência realizada no Palácio do Setentrião, em Macapá, entre representantes do governo estadual e executivos da DEV Mineração, que participaram a partir de Londres. O encontro reuniu equipes técnicas das áreas de mineração e meio ambiente e contou com a presença do prefeito de Pedra Branca do Amapari, Marcelo Pantoja.
O acordo é resultado de um processo de articulação conduzido ao longo de cerca de dois anos e define o retorno efetivo da atividade mineral no município, com início por uma operação de menor escala.
Segundo o governador, o investimento inicial tem impacto direto sobre a economia local. “Seis milhões de dólares para gerar emprego, renda e toda uma cadeia econômica de Pedra Branca do Amapari, com contratação de pessoas, veículos, combustíveis e equipamentos necessários para colocar uma mina em funcionamento”, afirmou.
Como parte do acordo, foram repassados R$ 5 milhões à Prefeitura de Pedra Branca do Amapari. O valor permite a regularização de pagamentos de servidores e serviços, em um contexto de recomposição da capacidade financeira do município após o período de paralisação da atividade mineral.
O governo estadual informou ainda que o licenciamento ambiental do projeto encontra-se em fase final, com previsão de emissão da licença, sustentado por um novo arcabouço regulatório ambiental adotado pelo estado.
Projeto prevê nova fase da exploração de ferro
Além da retomada emergencial, o projeto estabelece uma etapa posterior de maior porte, voltada à exploração de minério de ferro. Essa fase concentra o maior volume de recursos e deve redefinir o papel do município no setor mineral do estado.
“Em paralelo, haverá um investimento bem maior, de 200 milhões de dólares, para a retomada total da atividade mineral com exploração do minério de ferro”, declarou Clécio Luís, ao destacar a expectativa de reativação da economia local e regional.
A execução do projeto está prevista para ganhar escala ao longo dos próximos anos, com efeitos sobre emprego, arrecadação e dinamização da cadeia produtiva associada à mineração.
Histórico da mineração em Pedra Branca
Segundo levantamento do g1, a exploração de minério de ferro no Amapá teve início na década de 1950, com a atuação da Indústria e Comércio de Minérios (Icomi). Ao longo dos anos, o projeto passou por diferentes empresas, como MMX, Anglo Ferrous e Zamin, até ser interrompido.
No auge da produção, Pedra Branca do Amapari chegou a registrar a maior renda per capita do estado, com cerca de 93 empresas em atividade e mais de 15 mil empregos diretos e indiretos. A retomada do projeto recoloca o município no mapa da mineração brasileira, agora sob um novo arranjo econômico e regulatório.














