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Por Ricardo Lima
A Aclara Resources inaugurou no dia 25 de abril a sua planta piloto no All Park Polo Empresarial, em Aparecida de Goiânia, Goiás. A cerimônia reuniu cerca de 50 convidados, incluindo autoridades locais como o vice-governador Daniel Vilela e representantes de instituições do Estado. A iniciativa consolida a presença da empresa no Brasil e marca o início dos testes semi-industriais essenciais para o futuro do Projeto Carina, situado em Nova Roma, no nordeste goiano.
A planta recebeu investimentos superiores a R$ 30 milhões e terá capacidade de processar 250 toneladas de argilas iônicas extraídas do Projeto Carina, com o objetivo de produzir um concentrado de terras raras com pureza superior a 95%.
“A operação da planta piloto será um componente chave na busca pela melhoria da recuperação metalúrgica das argilas iônicas provenientes do Projeto Carina, nas quais encontramos elementos terras raras, entre os quais Neodímio, Praseodímio, Disprósio e Térbio”.
Murilo Nagato – diretor-geral da Aclara no Brasil
O diretor-geral da Aclara no Brasil, Murilo Nagato, destacou a importância da inauguração para a estratégia da companhia e o potencial do Projeto Carina para o mercado global. Segundo ele: “A operação da planta piloto será um componente chave na busca pela melhoria da recuperação metalúrgica das argilas iônicas provenientes do Projeto Carina, nas quais encontramos elementos terras raras, entre os quais Neodímio, Praseodímio, Disprósio e Térbio”. Nagato ressaltou ainda que “a Aclara tem potencial para fornecer terras raras pesadas suficientes para produzir 5 milhões de carros elétricos por ano”.
Com o início das operações, estão previstas atividades de processamento em escala semi-industrial para validar a tecnologia patenteada da empresa, denominada Colheita Mineral Circular. O objetivo é comprovar a compatibilidade do processo com as argilas do Projeto Carina, além de produzir amostras de carbonatos de terras raras pesadas para fins comerciais e otimizar o fluxograma de produção.
Processo sustentável e geração de empregos
Durante o evento, o vice-presidente executivo da Aclara, José Palma, reforçou o compromisso da empresa com práticas de mineração sustentável e o papel das terras raras na transição energética global. Ele explicou que o objetivo da companhia é “se tornar um produtor ocidental sustentável de terras raras pesadas, aplicando práticas da mineração verde, para facilitar a transição para um planeta mais limpo e descarbonizado”.
A planta piloto da Aclara foi desenvolvida dentro do conceito de mineração climaticamente inteligente. Entre as inovações, destacam-se a não utilização de explosivos, trituração ou moagem; a ausência de resíduos líquidos e barragens de rejeitos; o reaproveitamento de 95% da água utilizada e a recuperação de 99% do reagente principal, que é um fertilizante natural. Além disso, as argilas são devolvidas às cavas de extração.
Durante a operação da planta, serão gerados aproximadamente 80 empregos diretos e indiretos. O portfólio da Aclara Resources Inc inclui o Projeto Carina, no Brasil, e o Módulo Penco, no Chile. Ambos utilizam a tecnologia Colheita Mineral Circular, desenvolvida para reduzir o consumo de água e minimizar o impacto ambiental, seguindo princípios de reciclagem e economia circular.
A previsão é que a produção comercial no Projeto Carina tenha início no último trimestre de 2028, após a obtenção da Licença de Operação (LO).