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por Fernando Moreira de Souza
A mineradora Vale divulgou, na noite de segunda-feira (24), a lista de candidatos ao conselho de administração que será eleito em Assembleia Geral Ordinária (AGO) no dia 30 de abril. A lista confirma a substituição de três conselheiros independentes: Douglas Upton, Luis Henrique Guimarães, ligado à Cosan, e Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo. Para seus lugares, foram indicados profissionais com experiência nos setores de mineração e óleo e gás.
Desde 2024, cinco dos oito conselheiros independentes da Vale renunciaram ou decidiram não renovar seus mandatos, o que representa 62% do total. Fontes próximas à empresa asseguram que as saídas foram motivadas por questões pessoais e não por discordâncias internas sobre a gestão da companhia.
Impacto das mudanças e contexto político
A empresa passou por um processo conturbado de sucessão no cargo de CEO em 2023, marcado por pressões do governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a sugerir o nome do ex-ministro Guido Mantega para o comando da mineradora, mas desistiu da ideia. Gustavo Pimenta, então vice-presidente financeiro da Vale, foi escolhido para substituir Eduardo Bartolomeo na presidência.
Desde essa mudança, a companhia tem reforçado sua aproximação com o governo. Em dezembro, antecipou o pagamento de R$ 4 bilhões para a renovação de concessões ferroviárias, uma questão estratégica para a mineração. Recentemente, Lula esteve em Carajás, no Pará, onde anunciou novos investimentos na região.
Composição do novo conselho
Os nomes indicados para substituir Upton, Guimarães e Hartung são Anelise Quintão Lara, com experiência no setor de óleo e gás, o americano Franklin Lee Feder e o holandês Wilfred Theodoor Bruijn, ambos com histórico na mineração. Feder construiu sua carreira na Alcoa, enquanto Bruijn foi CEO da Anglo American Brasil e da Mineração Usiminas.
A nova composição do conselho será definida na AGO, com mandato de dois anos, entre 2025 e 2027. A chapa proposta pela empresa conta com 12 candidatos, dos quais oito são independentes e quatro representam acionistas de referência, como Previ, Mitsui e Bradespar. Além disso, o colegiado inclui um representante dos empregados, elevando o total de membros para 13.
A possibilidade de concorrência à chapa sugerida pela Vale ainda é incerta. Para que houvesse uma disputa, seria necessária a solicitação de voto múltiplo por um acionista que detenha pelo menos 1% do capital da companhia, permitindo a votação individual dos candidatos.
O presidente do conselho, Daniel Stieler, que busca a recondução, defendeu o processo de seleção. Segundo ele, a escolha dos novos membros levou em conta a experiência dos profissionais e seu conhecimento no setor. “A renovação parcial do conselho é um processo natural e benéfico para a companhia, que vive um novo momento e enfrenta desafios que exigem harmonia entre o conselho e o comitê executivo”, afirmou Stieler.
Além de Stieler, foram indicados para reeleição Marcelo Gasparino, Fernando Buso (Bradespar), João Fukunaga (Previ), Shunji Komai (Mitsui), Heloísa Bedicks, Manuel Oliveira, Rachel Maia e Reinaldo Castanheira Filho.
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