Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
A mineração se consolidou como um dos maiores consumidores do mercado livre de energia no Brasil, impulsionado pela busca por competitividade, previsibilidade de custos e alinhamento às metas de sustentabilidade. No mercado livre de energia, empresas e consumidores escolhem seus fornecedores e negociam preços e fontes de geração. Isso permite acesso direto a energia renovável e maior controle sobre custos.
Levantamento da plataforma ePowerBay, com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mostra que cadeias como mineração, metalurgia e petroquímica lideram a adesão ao Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Mineradora reduz 25% dos custos ao migrar para o mercado livre
O aumento da presença de mineradoras no ACL reflete o peso da energia como insumo estratégico em atividades de alta intensidade energética. A Xilolite, sediada em Brumado (BA) e atuante nos mercados de talco e magnesita, é um exemplo dessa tendência.
A empresa migrou para o mercado livre em janeiro de 2024 e registrou uma redução de cerca de 25% nos custos mensais de energia, além de eliminar a dependência de geradores a diesel — tradicionalmente de três a quatro vezes mais caros que a eletricidade adquirida no novo modelo.
A mudança também resultou em ganhos operacionais, permitindo que a companhia utilizasse o horário de ponta, antes oneroso no mercado cativo.
“A energia é um dos maiores insumos da nossa atividade. Essa transição foi essencial para ampliar a competitividade da companhia”, destacou William Porto, gerente-geral da Xilolite.
Uso de geradores cai 90% e emissões de CO₂ despencam
Além da economia, a migração contribuiu para metas ambientais. Segundo Renata Camargo, diretora da unidade Brumado, a redução no uso de geradores diminuiu significativamente as emissões da mineradora. Ela explica que o movimento fortaleceu a agenda sustentável da empresa, que criou um departamento específico e se prepara para auditoria de diagnóstico ESG.
“Em 2024, apenas com a redução do uso do gerador após ingresso no mercado livre de energia, emitimos 90% a menos de CO₂, quando comparamos com os números de 2023. O uso de energia renovável está totalmente conectado ao nosso propósito de impacto positivo. Queremos ser referência e inspirar outras indústrias do setor a fazer a transição energética”, afirmou Renata.
Economia no ACL pode chegar a 35% com contratos customizados
Para o diretor de Varejo e Marketing da Serena, Cícero Lima, empresas que aderem ao mercado livre conseguem equilibrar previsibilidade financeira e responsabilidade socioambiental, posicionando-se na dianteira da transição energética brasileira.
“A migração para o ambiente livre permite não apenas previsibilidade orçamentária, mas também acesso a fontes renováveis e contratos customizados. Essa modalidade possibilita que os aumentos tarifários do mercado cativo não impactem a competitividade das empresas. Na Serena, contamos com uma plataforma 100% digital, que nos ajuda a entender o perfil de consumo de energia de cada uma dessas empresas, permitindo apresentar possibilidades de economia que podem chegar a até 35%.”












