A gigante da mineração Rio Tinto concordou em pagar uma multa de US$ 15 milhões para encerrar as acusações de suborno na Guiné. O acordo chega mais de seis anos depois que um pagamento relacionado a um vasto depósito de minério de ferro no país da África Ocidental levou a empresa a demitir dois de seus principais executivos.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, um consultor político que trabalhava para a Rio Tinto tentou subornar um funcionário do governo guineense. Além disso, a empresa são teria registrado adequadamente os seus pagamentos a essa pessoa.
A Rio Tinto concordou com a penalidade sem admitir ou negar as violações. O regulador disse que a conduta violava a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior. As alegações são parte da turbulenta história da Rio Tinto na Guiné, enquanto tentava obter acesso às ricas reservas de minério de ferro da região de Simandou.
A empresa demitiu dois executivos – Alan Davies e Debra Valentine – em 2016. Na época, a empresa estava sob o comando do então CEO Jean-Sebastien Jacques. Davies atuava como CEO de energia e minerais da Rio Tinto. Enquanto isso, Valentine foi executivo do grupo de assuntos jurídicos e regulatórios. Ambos negaram as acusações de irregularidades.
Rio Tinto encerra caso de suborno
A produção ainda não começou em Simandou, onde a empresa de mineração agora detém uma participação majoritária em uma joint venture com a chinesa Chalco Iron Ore Holdings e o governo guineense.
A resolução junto à SEC decorre de uma investigação sobre a conduta da Rio Tinto em 2011, quando a empresa contratou um banqueiro de investimentos francês para ajudar na questão dos direitos de mineração na Guiné.
O banqueiro ofereceu mais de US$ 800.000 a um funcionário do governo guineense na tentativa de reter os direitos minerários. A mineradora, que conseguiu mantê-los, pagou ao consultor US$ 10,5 milhões pelo trabalho.
A Australian Securities and Investment Commission também investigou as alegações de suborno. No entanto, o regulador não tomou nenhuma providência. Da mesma forma, o UK Serious Fraud Office, investigou o caso, mas não divulgou suas conclusões.