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Por Ricardo Lima
O preço do cobre atingiu nesta terça-feira (1) seu maior patamar em três meses, refletindo o aperto na oferta no mercado da London Metal Exchange (LME) e o aumento do apetite por risco diante da expectativa de melhora nas relações comerciais entre Estados Unidos e China. Informações divulgadas pelo site Mining.com.
A perspectiva de novas decisões sobre tarifas segue sendo um ponto central para o mercado, influenciando diretamente os fluxos globais e o valor dos metais industriais.
Estoques em queda
O mercado futuro do cobre na LME acumula uma valorização de 12% no primeiro semestre de 2025, ficando atrás apenas do estanho entre os metais negociados. Esse movimento tem sido impulsionado principalmente pela investigação anunciada em fevereiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de cobre. Desde então, comerciantes transferiram volumes recordes do metal para os Estados Unidos, numa tentativa de antecipar-se à eventual imposição de tarifas.
Como consequência, os estoques da LME recuaram aproximadamente 65% ao longo do ano, enquanto os volumes armazenados nos armazéns da CME mais do que dobraram. Essa queda acentuada provocou um cenário de backwardation, quando os contratos de entrega imediata passam a valer mais do que os de vencimentos posteriores, sinalizando escassez no curto prazo.
Na terça-feira, o spread conhecido como Tom/Next – diferença entre contratos com vencimento de um dia para o outro – voltou a se ampliar, após atingir US$ 98 por tonelada na semana passada, maior nível desde 2021.
Além do aperto na oferta, o otimismo com uma possível reaproximação entre China e EUA também ajudou a elevar os preços.
Projeções otimistas e risco de volatilidade
Às 8h39 (horário local), o cobre subia 0,9% na LME, negociado a US$ 9.960 por tonelada, depois de atingir US$ 9.984 – maior cotação desde 27 de março. No mercado Comex, o contrato para entrega em setembro avançava mais de 2,16%, chegando a US$ 5,1925 por libra-peso (equivalente a US$ 11.423 por tonelada), aproximando-se do recorde histórico de US$ 5,277 registrado em março.
De acordo com nota recente divulgada pela Bloomberg, o banco Goldman Sachs projeta que o cobre na LME pode atingir um pico de aproximadamente US$ 10.050 por tonelada em agosto, à medida que a escassez fora dos EUA se intensifica.
“O mercado espera que as fundições chinesas aumentem as exportações para preencher as lacunas na cadeia de suprimentos, mas até que isso aconteça, o mercado londrino de cobre será um terreno perigoso para os vendidos”, escreveu o colunista da Reuters, Andy Home.
Segundo ele, o cenário pode mudar mais uma vez com a decisão do governo norte-americano sobre a aplicação de tarifas de importação. “Isso antecipa mais turbulência até o prazo final de novembro, quando deve ser concluída a investigação da Seção 232 sobre importações de cobre pelos EUA”, completou.