O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, abordou os desafios enfrentados pelo setor mineral brasileiro durante sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) nesta quarta-feira (6/12). Jungmann, juntamente com outros especialistas, discutiu questões como reputação, morosidade no licenciamento ambiental e falta de investimentos em pesquisa mineral.
Em sua apresentação, Jungmann destacou números expressivos que evidenciam a importância do setor na sociedade brasileira. O Brasil, atualmente, produz 1,2 bilhão de toneladas de minérios por ano, gerando um faturamento de R$ 339 bilhões em 2021. Além disso, a indústria mineral é responsável por 30% do saldo da balança comercial brasileira e emprega mais de dois milhões de pessoas.
Apesar da relevância para a vida moderna, Jungmann ressaltou que a sociedade muitas vezes não reconhece a contribuição da mineração. “Tudo o que estamos utilizando aqui neste evento é oriundo da mineração, mas poucas pessoas sabem disso”, enfatizou.
O diretor-presidente do IBRAM apontou a morosidade no licenciamento ambiental como um dos principais obstáculos para o crescimento do setor no Brasil. Ele expressou a necessidade de equilibrar a preocupação com a sustentabilidade com uma maior eficiência nos processos de aprovação, destacando que a capacidade de processamento do Estado é limitada, resultando em demoras significativas.
Jungmann também ressaltou a importância de melhorar os mecanismos de financiamento para o setor mineral, propondo a criação de novas alternativas de crédito, especialmente voltadas para o estágio inicial dos projetos. Ele destacou a expectativa em relação ao possível fundo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que visa financiar a pesquisa e o desenvolvimento de projetos, considerando-o um sinal positivo para o setor.