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Por Ricardo Lima
O uso de pó de rochas basálticas no solo pode tornar o Brasil um dos líderes mundiais na retenção de carbono e ainda reduzir sua dependência de fertilizantes importados. A prática, conhecida como intemperismo acelerado (ERW, na sigla em inglês), utiliza resíduos de mineração como basalto, brita, calcário e até ferro para enriquecer a terra com potássio, cálcio e magnésio. Informações com base em artigo da Folha de S. Paulo.
Além de fertilizar o solo, o método permite reter aproximadamente uma tonelada de carbono por hectare por ano. Esse carbono retido pode ser convertido em créditos vendidos no mercado internacional por cerca de US$ 200 cada.
Tecnologia atrai investimento
Empresas como a InPlanet, com sedes em Piracicaba (SP) e Munique (Alemanha), têm investido na prática. Em parceria com mineradoras e produtores rurais da Serra da Mantiqueira, a empresa aplica cerca de 10 toneladas de pó de rocha por hectare ao ano, principalmente em áreas de cultivo de cana-de-açúcar. O resultado é a liberação de minerais como potássio, cálcio e magnésio no solo, além da captura de cerca de uma tonelada de carbono por hectare ao ano, processo que gera créditos de carbono já certificados por instituições como a Isometric.
O potencial econômico da técnica tem chamado atenção global. A Terradot, startup americana com sede em São Francisco e foco no Brasil, captou US$ 58 milhões em dezembro de 2024, com apoio de investidores como Google, Microsoft e Sheryl Sandberg. Em 2025, a tecnologia foi premiada no XPrize, competição financiada por Elon Musk, recebendo US$ 50 milhões por sua eficácia na remoção de carbono da atmosfera.
Além dos avanços atuais, o uso de pó de rocha na agricultura tem base em estudos brasileiros. O geólogo mineiro Djalma Guimarães já defendia a técnica na década de 1950. Hoje, produtores rurais, como cafeicultores do cerrado, têm retomado o método como alternativa sustentável e de baixo custo.