Durante o Minas Day, realizado no Rio de Janeiro, o vice-presidente da PLS Brasil, Leandro Gobbo, defendeu que a transição energética e a expansão da mineração no Brasil precisam caminhar lado a lado com a equidade social e o respeito às culturas locais.
O evento, que antecede a COP, reuniu especialistas e lideranças empresariais para discutir Soluções Integradas para a Ação Climática e a Transição Justa.
Gobbo apresentou o case de Justiça Climática, selecionado pela SEMAD-MG, que evidencia a importância da escuta ativa e da comunicação transparente com a comunidade quilombola Olaria Bagres, em Salinas (MG), no Vale do Jequitinhonha — uma das regiões mais simbólicas do país em termos de cultura popular e ancestralidade.
No processo de diálogo, a comunidade destacou o desejo de realizar o Projeto de Resgate da Tradição Cultural Quilombola, iniciativa que vem sendo integralmente apoiada pela PLS Brasil.
“Quando começamos o projeto em Salinas, abrimos um centro comunitário no coração da cidade, um ano antes de iniciar a exploração mineral. O objetivo era simples: conversar — explicar o que é a mineração e ouvir a comunidade desde o início”, relatou o executivo.
A postura de diálogo se refletiu na Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI), conduzida mesmo sem haver obrigação legal, e que teve aprovação unânime da comunidade.
Segundo Gobbo, isso só foi possível porque o relacionamento foi construído com respeito e confiança.
“Não como um requisito burocrático, mas como parte essencial do projeto”, afirmou.
“Eles poderiam ter pedido qualquer coisa, mas pediram apoio para resgatar suas tradições musicais e culturais. Nós doamos instrumentos, apoiamos aulas de música, porque entendemos que cada comunidade tem suas próprias prioridades. É preciso olhar para as pessoas e compreender o que é importante para elas”, completou.
Para o vice-presidente da PLS, essa abordagem representa um exemplo concreto de licença social para operar, conceito cada vez mais consolidado no cenário global da mineração responsável.
“Não basta cumprir os checkboxes da licença ambiental. As empresas precisam compreender seus deveres com as comunidades do entorno. É perfeitamente possível obter resultados financeiros positivos com responsabilidade e sustentabilidade.”
A experiência da PLS em Salinas é um retrato de como a mineração pode contribuir para o desenvolvimento local e o resgate cultural das comunidades do entorno dos empreendimentos — desde que haja escuta ativa, transparência e compromisso de longo prazo.
Para Gobbo, o desafio agora é transformar esse modelo em referência para outros projetos de minerais críticos, garantindo que a transição energética também seja uma transição justa.













