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Por Redação
A B3, principal Bolsa de Valores do Brasil, vem se dedicando a entender mais profundamente as particularidades do setor de mineração no mercado de capitais. Segundo Leonardo Resende, superintendente da Bolsa, “a gente entendeu que, sobre o risco do setor de mineração, é necessário não apenas mitigá-lo, mas conhecê-lo”.
Essa complexidade envolve fatores técnicos e geológicos que diferenciam a mineração de outros setores mais simples. “São fatores muito importantes dos quais a gente, como Bolsa, nunca tinha se adentrado, conhecido de perto”, afirmou Resende, que explicou a motivação para que fosse realizada uma pesquisa junto ao mercado. O objetivo foi criar um ambiente claro e específico para empresas de mineração, sobretudo as junior companies, no processo de abertura de capital.
A pesquisa ouviu participantes do mercado, incluindo investidores, assessores legais, companhias e agentes públicos. Danilo Mariotti, também da B3, disse que a investigação abordou três aspectos chave: captação de recursos, regulação do mercado e o papel da B3 como facilitadora. Ele contou que um ponto em comum, entre as 18 manifestações recebidas, é um obstáculo de financiamento bastante grande. “Para pequenas e médias empresas no país, há esse desafio, e o setor de mineração, especialmente, carrega um risco maior”. Isso explica por que as mineradoras
enfrentam dificuldades tanto no mercado financeiro quanto no bancário para acessar os recursos necessários.
Padrões internacionais
Os resultados da pesquisa apontam para a importância de seguir padrões internacionais de transparência e informação para atrair investidores. Leonardo Resende sublinha que “os benchmarks internacionais foram uma virada de chave no mercado de capitais a partir do momento em que foi instituído um regime informacional que garantisse qualidade de informação na mineração; comparabilidade dessa informação e transparência, para que o investidor conseguisse identificar esse risco e precificar o investimento dele no projeto”. Sem esses critérios claros, explicou, o investidor simplesmente descarta o investimento devido à falta de confiança e informação precisa.
Outro ponto crucial destacado no relatório é o papel da elaboração e auditoria dos relatórios técnicos que subsidiam as decisões de investimento. Mariotti reforçou a unanimidade das respostas recebidas: “a grande mensagem que recebemos de forma uníssona nessas manifestações é justamente o interesse dos agentes de mercado para que no Brasil possa desenvolver um regime informacional que beba da fonte dos mercados bem sucedidos, e que a gente consiga de fato trazer isso para cá”. A ideia é construir um sistema robusto que destrave o acesso ao mercado de capitais para empresas de mineração, conferindo mais segurança e transparência.
O futuro das operações da B3 com foco no setor de mineração parece promissor, com a Bolsa buscando parcerias internacionais para aprimorar seus processos. “Já assinamos há um ano um memorando de entendimento com a Bolsa de Toronto, que tem como objetivo trazer esses padrões internacionais”, afirmou Leonardo Resende.

Maior diálogo
Para 2026, a mineração será prioridade, com a expectativa de aprofundar o diálogo com diversos agentes do mercado e avançar na criação de uma estrutura que possibilite a captação dos investimentos necessários, inclusive para empresas em estágio inicial.
Em síntese, a pesquisa da B3 revela um mercado de capitais consciente dos desafios e disposto a se transformar para atender à complexidade do setor de mineração. “Está muito claro que a B3 seguirá apoiando o setor de mineração”, diz Resende. Essa iniciativa reforça o compromisso da Bolsa de Valores em criar um ambiente regulatório e informacional que potencialize investimentos, permitindo que o mercado nacional se alinhe às melhores práticas globais e facilite o crescimento sustentável das mineradoras brasileiras.
O tema central da segunda edição do evento destacou “A importância econômica da mineração no cenário de transição energética”. A programação do evento contemplou uma série de painéis que abordarão o desenvolvimento das cadeias de minerais críticos no país, os projetos estratégicos em andamento, os desafios para implantação de empreendimentos e os mecanismos disponíveis de financiamento voltados ao setor mineral. Também serão debatidas soluções para alavancar o papel do Brasil na produção e fornecimento de minerais essenciais à nova economia de baixo carbono.
O Invest Mining Summit 2025 tem o patrocínio de empresas e entidades de destaque no cenário mineral e financeiro, entre elas: BHP, Itaú BBA, Vale, Geosol, Fronteira Minerals, Meteoric Resources, Alvarez & Marsal, Lefosse Advogados, MGLIT, GE21 Consultoria Mineral, Ígnea Geologia e Meio Ambiente, Ore Mining Investments, Viridis, Mining Minerals, Tozzini Freire Advogados, XP Investimentos e Prisma Capital.