Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
Patrocínio, no Alto Paranaíba, abriga quatro depósitos de titânio já identificados: Salitre I, Salitre II, Salitre III (que se estende até Serra do Salitre) e Serra Negra. Esses depósitos fazem parte de formações de carbonatitos ricos em cálcio e magnésio, semelhantes às encontradas em Tapira e Serra Negra. A confirmação da presença de titânio em cristais de perovskita no complexo Salitre, em 2014, reforçou o valor geológico da região.
Além de Patrocínio, há ocorrências de titânio em Araxá, Tapira, Presidente Olegário, Patos de Minas e Carmo do Paranaíba, de acordo com o Jornal de Patrocínio, embora estas últimas ainda sejam classificadas como potenciais. Fora de Minas Gerais, Catalão (GO) também figura entre os locais com presença do mineral. Os dados que sustentam essas informações estão presentes em levantamentos do Anuário Mineral de Minas Gerais e do antigo DNPM, realizados desde os anos 1980.
Desafio da exploração do minério
Com propriedades como baixa densidade, alta resistência mecânica e forte resistência à corrosão, o titânio é considerado estratégico em diversos setores — da indústria aeroespacial à medicina. Seus principais minerais portadores, como ilmenita, anatásio e rutilo, são aplicados em motores de mísseis, aviões, veículos espaciais, próteses ortopédicas e pigmentos de alto desempenho.
Apesar de o Brasil deter as maiores reservas conhecidas do mundo, sua participação na produção global é de apenas cerca de 1%. Os principais produtores são África do Sul, China e Austrália. Esse contraste entre potencial e exploração coloca o país diante de uma oportunidade estratégica — especialmente em regiões como Patrocínio, onde os depósitos já estão mapeados e confirmados.
A presença de titânio no município mineiro é um indicativo de que Patrocínio pode assumir papel relevante na cadeia global de suprimentos de um dos metais mais valorizados da atualidade.