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Por Redação
A China avalia adotar novas medidas para restringir o acúmulo de minério de ferro em seus portos, em uma iniciativa liderada pela compradora estatal China Mineral Resources Group (CMRG) que pode afetar diretamente grandes mineradoras globais, como a Vale, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg News.
A proposta prevê aumento progressivo das taxas de armazenagem e tem como objetivo reduzir o poder de precificação de mineradoras e traders estrangeiros, em um movimento que reforça a influência da CMRG sobre o mercado internacional de minério de ferro.
De acordo com pessoas familiarizadas com o tema, a CMRG solicitou às autoridades responsáveis pelos terminais de importação que ampliem os custos de armazenagem do minério de ferro nos portos chineses. A medida atingiria cerca de 15 empresas, majoritariamente estrangeiras, incluindo gigantes como BHP e Vale, Procuradas pela Bloomberg, as empresas decidiram não comentar o assunto.
A estratégia busca dificultar que mineradoras e traders mantenham grandes volumes do insumo estocados por longos períodos, reduzindo sua capacidade de influenciar a oferta disponível e, consequentemente, os preços internacionais.
Criada em 2022 com capital de 20 bilhões de yuans, a CMRG ganhou protagonismo neste ano ao adotar uma postura mais agressiva nas negociações com fornecedores internacionais. No início de 2025, o órgão chegou a pedir que compradores chineses suspendessem a aquisição de determinados tipos de minério da BHP, após impasses em contratos de longo prazo que incluíam exigências como liquidação em renminbi.
A China, maior compradora mundial de minério de ferro, argumenta há anos que os preços são excessivamente influenciados por grandes mineradoras globais. Em relatório recente, a unidade de pesquisa da CMRG afirmou que a recente “falsa euforia” nos preços do minério decorre de atividade especulativa no mercado.
Impacto sobre grandes mineradoras globais
Segundo a proposta, empresas teriam direito a até 30 dias de armazenamento gratuito. Após esse período, as taxas começariam em 0,1 yuan por tonelada por dia e aumentariam gradualmente até atingir 1 yuan após 180 dias. Atualmente, muitos portos permitem até 60 dias de armazenagem sem custo ou cobram tarifas mais baixas.
Algumas siderúrgicas e traders chineses ligados à compradora estatal estariam isentos das novas regras, embora também sejam estimulados a reduzir seus estoques. Até o momento, o plano foi comunicado informalmente por alguns portos a determinados operadores, sem anúncio oficial de Pequim.
Mercado acompanha possíveis desdobramentos
Ainda não está claro se as mudanças propostas também afetariam os contratos futuros de minério de ferro negociados na Bolsa de Mercadorias de Dalian, que podem ser liquidados por entrega física.
Apesar das discussões, os preços do minério de ferro permanecem relativamente estáveis em 2025, sendo negociados majoritariamente acima de US$ 100 por tonelada desde o fim de julho, enquanto o mercado aguarda definições oficiais por parte do governo chinês.














