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por Fernando Moreira de Souza
A Nexa Resources, uma das maiores produtoras globais de zinco, reportou um crescimento expressivo de 76% em seu EBITDA ajustado em 2024, alcançando US$ 714 milhões, em comparação aos US$ 406 milhões registrados no ano anterior. O resultado foi impulsionado por preços mais altos do zinco, ganhos cambiais e menores custos operacionais.
No quarto trimestre de 2024, o EBITDA ajustado atingiu US$ 197 milhões, superando os US$ 110 milhões do mesmo período de 2023. Esse desempenho foi favorecido pelo aumento das vendas de metais, dividendos recebidos da empresa brasileira de energia Enercan e ganhos cambiais, apesar do impacto de custos variáveis mais elevados.
A empresa também registrou seu primeiro fluxo de caixa consolidado positivo desde os investimentos em Aripuanã, possibilitando a redução da dívida bruta. Com isso, a Nexa encerrou 2024 com um índice de alavancagem líquida de 1,7x, abaixo dos 3,3x registrados no fim de 2023.
A receita líquida totalizou US$ 2,766 bilhões no ano, um crescimento de 8% em relação a 2023, impulsionado pelo aumento dos preços dos metais na LME e maior volume de vendas na metalurgia. No 4T24, a receita chegou a US$ 741 milhões, 18% superior ao 4T23.
O prejuízo líquido de 2024 foi reduzido para US$ 187 milhões, uma queda de 36% em relação ao ano anterior, resultado do crescimento operacional e menores provisões para impostos.
Produção e Estratégia de Crescimento
A Nexa manteve sua produção dentro das projeções anuais, com destaque para o cobre, que superou o limite superior do guidance. A produção de zinco totalizou 327 mil toneladas, 2% abaixo de 2023, reflexo de menores volumes extraídos em Cerro Lindo, El Porvenir e Vazante, além da saída de Morro Agudo do portfólio da empresa em abril.
A produção de cobre subiu 7% em relação a 2023, atingindo 36 mil toneladas. Já a produção de chumbo somou 69 mil toneladas, acima do volume do ano anterior e alinhada às previsões. No segmento de metalurgia, a produção de zinco refinado e óxido chegou a 595 mil toneladas, levemente acima das 588 mil toneladas de 2023.
Em linha com sua estratégia de otimização de portfólio, a Nexa concluiu a venda do Complexo Morro Agudo e de outros ativos, como o projeto Pukaqaqa e a Minera Pampa de Cobre S.A.C. A companhia também aprovou a primeira fase do Projeto de Integração Cerro Pasco, que prevê a construção de um novo sistema de bombeamento e tubulação de rejeitos para prolongar a vida útil da mina.
Sustentabilidade e ESG
A segurança permaneceu como prioridade para a Nexa em 2024, com novas iniciativas para fortalecer a prevenção de acidentes. No entanto, a empresa lamentou perdas humanas em suas operações e reafirmou seu compromisso com a segurança dos colaboradores.
Entre as iniciativas ESG, a Nexa avançou na economia circular, desenvolvendo blocos ecológicos a partir do resíduo de jarosita. A empresa também investiu em infraestrutura comunitária no Peru, instalou a tecnologia Hydragen™ na mina Vazante para reduzir emissões e reestruturou 12 fornos para operar com bio-óleo, ação que pode reduzir em 6.440 toneladas as emissões anuais de CO₂ a partir de 2025.
Além disso, a Nexa completou um estudo sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) de seus produtos, aprimorando a gestão ambiental da cadeia de suprimentos. O monitoramento da fauna em Aripuanã identificou mais de 500 espécies, incluindo 18 ameaçadas e o mico-de-Aripuanã, reforçando o compromisso da empresa com a preservação da biodiversidade.
As agências de rating S&P e Fitch reafirmaram a classificação de crédito da Nexa em ‘BBB-‘ com perspectiva estável. No início de 2025, a companhia anunciou uma nova política de dividendos para garantir maior transparência e retornos consistentes aos acionistas, sem comprometer sua flexibilidade financeira.
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