De acordo com matéria publicada pelo Diário do Comércio, a Mineração Morro do Ipê vai aplicar R$ 200 milhões na descaracterização de três barragens situadas no complexo minerário entre Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais. Essas estruturas, atualmente inativas e estáveis, deixaram de ser utilizadas em 2018. A expectativa da companhia é concluir todas as intervenções até o fim de 2029
Estruturas desativadas serão eliminadas de forma definitiva
Segundo o diretor de sustentabilidade e assuntos corporativos da empresa, Cristiano Parreiras, a descaracterização da barragem B2 Tico-Tico já está em andamento, com conclusão prevista para dentro de dois anos. As demais, B1 Ipê e B1 Auxiliar, ainda aguardam licenciamento ambiental, mas a mineradora prevê iniciar os trabalhos entre o final deste ano e o começo de 2026.
Desde a suspensão do uso de barragens, o complexo opera com duas unidades de filtragem que permitem o empilhamento a seco dos rejeitos e a reutilização da água. Atualmente, mais de 85% da água usada no processo produtivo é reaproveitada, conforme destaca Parreiras.
Além disso, os rejeitos vêm sendo estudados para novos usos. Já foram, por exemplo, empregados na produção de blocos utilizados na pavimentação de áreas internas da planta.
Mina Tico-Tico impulsiona operação
No fim de 2023, com um aporte de R$ 1,3 bilhão, foi inaugurada a mina Tico-Tico. A estrutura tem capacidade para produzir até seis milhões de toneladas anuais de minério de ferro — meta que a empresa pretende alcançar já em 2025. Em fase inicial (ramp-up), a produção em 2024 ficou em torno de quatro milhões de toneladas.
Inicialmente, havia planos para triplicar a produção total do complexo. No entanto, a mina Ipê, responsável por até três milhões de toneladas por ano, teve suas atividades suspensas por decisão estratégica. Um dos motivos apontados foi a queda nos preços do sinter feed, minério com 60% de ferro, que sofre maior impacto com as oscilações do mercado. Já o pellet feed, com teor de 65%, extraído na Tico-Tico, é considerado de maior valor agregado.
Parreiras explicou que o recuo nos preços da commodity e o aumento nas penalidades para produtos de menor qualidade tornaram inviável manter determinadas operações. Por isso, a empresa tem priorizado a produção de minério premium, que atende às exigências da cadeia de descarbonização da siderurgia.
Apesar de projetada para operar por dez anos, a mina Tico-Tico poderá ter sua vida útil ampliada em até duas décadas, com a possível utilização de minério compacto, segundo a mineradora.
Atividades foram retomadas após ajustes ambientais
Em janeiro, a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) interrompeu temporariamente as operações da Morro do Ipê, exigindo melhorias no sistema de contenção de sedimentos. As adequações, conforme informou o diretor, foram concluídas ainda no mesmo mês, permitindo a retomada das atividades.