A empresa de mineração Sigma Lithium está prestes a dar início ao processo de britagem de lítio em sua planta no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A expectativa da empresa é iniciar a produção de lítio grau bateria de alta pureza em abril deste ano.
O início das produções colocará o Brasil na cadeia global de suprimentos de veículos elétricos. O Brasil também será o primeiro país a entregar um lítio sustentável pelo perfil de sua matriz energética.
A Sigma afirma estar comprometida em tornar sustentável não só a matriz energética, mas também no que diz respeito à água e ao solo, tendo desenvolvido a primeira planta sem barragem de rejeitos do mundo.
Entre outras ações, a empresa de mineração capta a água do rio Jequitinhonha, poluída pelos rejeitos de mineração de lítio de baixo valor, e a trata em uma estação de esgoto própria. A água não volta para o rio, em vez disso, é recirculada na operação. Além disso, não são usados produtos químicos e o rejeito é reduzido ao mínimo.
Segundo a empresa, o projeto tem investimentos previstos em R$ 4,8 bilhões. Deste total, R$ 2,8 bilhões correspondem a custos para tornar o projeto sustentável.
“Entramos como investidores nesse mercado justamente para quebrar paradigmas e alinhar o processo produtivo com o propósito de descarbonização”
CEO ANA CABRAL
A Sigma disse ainda que vai abrir mão de US$ 430 milhões (R$ 2,2 bilhões) em royalties voluntários ao longo de 13 anos. Os recursos serão destinados aos municípios onde a companhia está inserida.
De acordo com a legislação atual, as empresas de mineração devem pagar aos municípios afetados 2% sobre a receita da extração do minério, o que daria cerca de US$ 200 milhões em 8 anos. Mas a Sigma decidiu pagar mais 2% sobre a receita da produção do lítio.
A projeção é que o projeto gere US$ 1 bilhão de lucro em seu primeiro ano de operação. Entre o segundo e o oitavo ano, o valor deve chegar ao pico de US$ 2,6 bilhões, recuando para US$ 650 milhões até o fim do projeto.
*Com informações de O GLOBO.