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Por Ricardo Lima
A mineração respondeu por 53% do superávit da balança comercial brasileira no primeiro semestre de 2025. O saldo mineral foi de US$ 16 bilhões, resultado de US$ 20 bilhões em exportações e US$ 4 bilhões em importações. Apesar do bom desempenho relativo (eram 41% no 1S24), o valor caiu 6,78% em relação ao mesmo período do ano anterior. Informações segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração.
O resultado pode ser ameaçado pelo novo tarifaço dos EUA, que entra em vigor em 6 de agosto. As novas tarifas atingem 24,4% das exportações minerais, como pedras ornamentais, caulim, vanádio e alumínio. O IBRAM alerta para a necessidade de diversificar mercados e reduzir a dependência externa.
A situação preocupa ainda mais diante da possibilidade de medidas de reciprocidade. Se o Brasil sobretaxar equipamentos pesados importados dos EUA, os custos do setor podem subir em até US$ 1 bilhão ao ano. Isso afetaria a competitividade e o andamento de projetos futuros.
Os preços internacionais também impactaram o desempenho. O minério de ferro caiu 13,9% no semestre, com média de US$ 101,01/t. Já o ouro teve alta de 39,3%, chegando a US$ 3.352/ozt no fim de julho. O dólar, que girava entre R$ 4,85 e R$ 5,20 em 2023, fechou junho em R$ 5,55 após atingir R$ 6,10 no início de 2024.
Outras commodities também oscilaram: cobre (+3,7%), alumínio (+7,5%), estanho (+9,5%), níquel (-12,2%), chumbo (-7,7%). Mesmo com os desafios, a mineração continua sendo um amortecedor da economia brasileira, ajudando a sustentar o câmbio e preservar reservas cambiais.