Essa é a avaliação do geólogo Vinícius Ferreira cofundador do Jazida durante painel sobre parceria público-privada que debateu perspectivas de mercado e regulação, realizado em Brasília. O evento promovido pela Comissão de Direito Minerário da OAB-DF e a Agência Minera Brasil, contou com a participação de autoridades, especialistas do setor nuclear e de mineração, além de representantes de empresas e instituições públicas.
Ferreira apresentou um levantamento do Jazida exibido com exclusividade aos participantes do seminário. O estudo mostra o impacto do Decreto 11.120/2022 para a indústria de lítio no país; o potencial geológico e oportunidades no setor de urânio; além de análise do contexto global e necessidade de planejamento do mercado brasileiro de urânio.
Ferreira mostrou que após o Decreto, a área requerida para pesquisa de lítio cresceu 1.400% entre janeiro de 2022 e novembro de 2024. Hoje há o total de 6,4 milhões de hectares requeridos na Agência Nacional de Mineração (ANM). O Jazida também analisou resultados da 8ª rodada de leilões da ANM, no Vale do lítio, que arrecadou R$ 40,6 milhões, com lances médios de R$ 466 mil por processo minerário, três vezes a média nacional.
Em 2022, havia cerca de 50 empresas atuando na região, as principais eram a Sigma Lithium e CBL. Em 2024 somam mais de 240 empresas, entre elas, Rio Tinto, CMOC, Atlas Lithium, Lithium Ionic e Latin Resources, adquirida por US$ 370 milhões pela Pilbara em transação M&A que movimentou a indústria do lítio global.
No país são mais de 3 mil direitos minerários ativos para pesquisa de lítio, localizados em Minas Gerais, Bahia, Goiás, Ceará, Pernambuco, Pará, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Oferta, demanda e competitividade
O levantamento também apresentou projeção entre oferta, demanda e competitividade do mercado global de urânio, que segundo estimativa da World Nuclear Association deve crescer nas próximas décadas.
Vinícius Ferreira avalia que o debate promovido pelo seminário acontece em um momento importante: “em que se abre uma janela de oportunidade muito grande, bastante favorável para o mercado global de urânio”, acrescentando que enxerga um alinhamento entre a iniciativa privada e governo para destravar o potencial do mercado brasileiro de urânio.
Jazida acompanha evolução do mercado de urânio
Ferreira conta ainda que o Jazida está de olho nesse setor de urânio acompanhando sua evolução como uma plataforma capaz de reunir todas as informações, com capacidade de acompanhar esse momento e traduzi-lo de forma clara e simples ao setor privado, mostrando a evolução que direitos minerários relacionados com minerais de transição energética estão passando. “O Jazida tem a capacidade de ter um olhar muito amplo do setor. Mostrando com bastante clareza e transparência como o setor tem se comportado”.
O Jazida é uma plataforma especializada na gestão de direitos minerários que integra tecnologia de ponta para auxiliar mineradores e consultores. A plataforma oferece funcionalidades para monitoramento de prazos, gestão de licenças e identificação de oportunidades de negócios. Além disso, ela centraliza documentos, notificações e dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), fornecendo também ferramentas para mapeamento de áreas livres e controle de licenças ambientais. Essas funcionalidades garantem uma visão mais completa e segura das operações, reduzindo riscos e facilitando a tomada de decisões.
Especialistas também discutiram as possibilidades de o Brasil expandir sua liderança no mercado global de urânio, considerando suas grandes reservas e a crescente demanda por energia limpa. O seminário debateu ainda o papel da INB, desafios legais para flexibilizar o monopólio estatal, e o impacto dos minerais nucleares na transição energética global. A INB apresentou o projeto Santa Quitéria, como exemplo parceria público privada que pode impulsionar setores de mineração e nuclear.