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Por Ricardo Lima
A canadense Jaguar Mining Inc. anunciou um ambicioso plano de exploração de cinco anos que cobre os 46,6 mil hectares de direitos minerais da companhia no Brasil. A estratégia prevê ampliar depósitos já conhecidos e identificar novos alvos, com o objetivo de expandir recursos e sustentar o crescimento da produção de ouro.
O projeto, que será executado entre 2026 e 2030, inclui 222 mil metros de sondagem e aposta em uma abordagem sistemática de mapeamento geológico, levantamentos geoquímicos e campanhas de perfuração. A expectativa da empresa é avaliar um potencial total de 4 a 7 milhões de onças de ouro em suas concessões no país.
O anúncio do plano ocorre poucos dias depois de a Jaguar Mining encerrar todas as pendências judiciais relacionadas ao incidente de Satinoco, no complexo MTL. A empresa firmou acordo definitivo com o Ministério Público, no valor de R$ 40 milhões, além de composições anteriores que reduziram multas ambientais e garantiram compensações comunitárias. Segundo a companhia, a resolução integral do caso fortalece sua estabilidade financeira e abre caminho para maior clareza operacional nos próximos anos.
Foco em projetos estratégicos
companhia destacou que os esforços de exploração serão direcionados aos complexos Paciência, Caeté, MTL e ao projeto Onças de Pitangui. No complexo Paciência, por exemplo, a meta é ampliar a mineralização em Santa Isabel, Marzagão e Chamé — este último com potencial estimado entre 325 mil e 520 mil onças de ouro, apoiado por 6.175 metros de perfuração programados para 2025 —, além de avançar em novas descobertas como Bahú e BIF North.
Já no complexo Caeté, os trabalhos devem se concentrar em Boa Vista, Morro da Mina e em levantamentos regionais em áreas como Sabará Extension, Lavra Velha e Zé Firme. Outras frentes incluem a perfuração de cerca de 11 mil metros no projeto Pontal, no MTL, com potencial de 134 mil a 400 mil onças, e a expansão de recursos em Aparição, Caldas e Taboca, dentro de Onças de Pitangui.
O CEO da Jaguar Mining, Luis Albano Tondo, afirmou que a iniciativa une compromisso de longo prazo com inovação.
“Este plano reflete nosso compromisso de avaliar sistematicamente o potencial geológico significativo dentro do nosso portfólio. Nosso objetivo é converter este potencial em recursos definidos, apoiando um fluxo de crescimento de produção sustentável”
Luis Albano Tondo – CEO
Ele acrescentou que o plano combina conhecimento geológico com técnicas modernas de exploração para avançar a próxima geração de minas de ouro da companhia.
Na mesma linha, o gerente de Exploração da Jaguar, Armando Massucatto, destacou a relevância estratégica da localização das áreas da empresa.
“Os direitos minerais da Jaguar estão estrategicamente localizados no Quadrilátero Ferrífero, um dos distritos de ouro mais prolíficos do Brasil. Nossa abordagem foi desenvolvida usando dados de mapeamento geológico, geoquímico e geofísico compilados e classificados ao longo dos últimos anos”, disse Massucatto, explicando que a aplicação desse processo rigoroso permitiu identificar os alvos de maior viabilidade. Ele reforçou que a execução do plano deve ampliar os recursos minerais da Jaguar e gerar crescimento orgânico no país.
Compromisso ambiental e histórico
De acordo com a empresa, todas as atividades de exploração seguirão estritamente a legislação ambiental, com processos de licenciamento simplificado e estudos de impacto ambiental. A companhia também ressaltou que o uso de inteligência artificial, análise de dados e equipes técnicas experientes será central para garantir eficiência e responsabilidade na execução.
O Quadrilátero Ferrífero, região onde a Jaguar detém a segunda maior posição de terras auríferas, é explorado desde o século XVI e abriga depósitos de classe mundial como Morro Velho, Cuiabá e São Bento.