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Por Ricardo Lima
A Jaguar Mining anunciou a conclusão das obras de remediação e a submissão da documentação técnica necessária à Agência Nacional de Mineração (ANM) para a retomada segura das operações no Complexo MTL, em Minas Gerais. A companhia aguarda agora a autorização do órgão regulador para reiniciar gradualmente as atividades de mineração subterrânea e processamento mineral.
As operações foram suspensas em dezembro de 2024 após um deslizamento na pilha de rejeitos Satinoco. Segundo a empresa, as intervenções realizadas comprovaram a estabilidade das estruturas e o atendimento integral às exigências técnicas e de segurança.
Para o CEO, a retomada das atividades tem relevância que vai além da companhia. “Essas operações são vitais não apenas para a Jaguar Mining, mas para todos os nossos stakeholders e para a economia local. A retomada plena vai gerar empregos diretos e indiretos, contribuir com a CFEM, fortalecer benefícios socioeconômicos locais e garantir fluxo de caixa para obrigações operacionais, trabalhistas e socioambientais”, afirmou Tondo.
Com a conclusão das duas primeiras etapas, a Jaguar aguarda autorização da ANM para avançar às fases seguintes, que incluem o reinício do desenvolvimento produtivo subterrâneo, da lavra subterrânea e, por fim, da operação da planta metalúrgica. A empresa afirma que seguirá mantendo diálogo transparente com os órgãos reguladores e divulgará novas atualizações assim que houver decisão da agência.
Documentação entregue à ANM
De acordo com a Jaguar Mining, os trabalhos de remediação permitiram o envio, em 10 de dezembro de 2025, de um conjunto detalhado de relatórios técnicos à ANM, demonstrando a conformidade com todas as medidas exigidas para a reversão do Auto de Interdição nº 52/2024. A ordem havia sido emitida após o escorregamento de aproximadamente 600 mil metros cúbicos de material na pilha Satinoco, com extensão estimada de 330 metros.
O CEO da companhia, Luis Albano Tondo, afirmou que a prioridade sempre foi garantir uma retomada responsável das operações. “Além de mitigar os impactos causados à comunidade local de Casquilho, nossa principal prioridade sempre foi, e continua sendo, a retomada segura da operação do MTL, assegurando a segurança dos empregados, da comunidade e do meio ambiente”, declarou.
Obras estruturais e reforço da segurança
Entre as principais intervenções realizadas, a empresa destaca a construção de um sistema interno de drenagem na pilha Satinoco, concluída em agosto de 2025 a reconfiguração de taludes, finalizada em novembro do mesmo ano, especialmente nas áreas próximas à planta de preenchimento com pasta.

Sistema de drenagem em Satinoco. Imagem: Jaguar Mining / Divulgação.
Segundo Tondo, as medidas adotadas superaram os parâmetros mínimos exigidos pelas normas técnicas. “Posso afirmar com confiança que nossas equipes, trabalhando com especialistas de referência, atenderam de forma minuciosa a todos os requisitos técnicos e de segurança. Implementamos todas as ações corretivas necessárias e reforçamos nossos protocolos operacionais, alcançando fatores de segurança acima do mínimo exigido em áreas críticas”, disse.

Reconfiguração de taludes realizada pela Jaguar. Imagem: Jaguar Mining / Divugação.
Plano de retomada em etapas
Desde o incidente, a Jaguar Mining executa um Plano de Retomada dividido em etapas. A primeira fase incluiu a instalação de infraestrutura de apoio em superfície, como refeitório, vestiários, enfermaria, almoxarifado e posto de combustível, concluída em setembro de 2025.

Instalações temporárias (cantina e vestiário) instaladas pela Jaguar. Imagem: Jaguar Mining / Divulgação.
A segunda etapa, encerrada em novembro, contemplou melhorias em rotas de emergência subterrâneas e sistemas de ventilação. A empresa reforça que não haverá retomada das operações diretamente na pilha Satinoco. O foco foi a estabilização das áreas adjacentes necessárias para o funcionamento da mineração subterrânea e da planta metalúrgica, que se encontra fora da zona afetada pelo escorregamento. Nessas áreas, o fator de segurança atingiu níveis superiores a 1,5, considerados adequados para operações de mineração.














