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Por Ricardo Lima
Especialistas discutiram durante Conferência sobre Minerais Críticos oportunidades e desafios para o uso sustentável de minerais essenciais para uma economia verde.
A Conferência Internacional da Cadeia de Valores de Minerais Estratégicos discutiu os caminhos para ampliar os investimentos na transformação mineral no Brasil. Com mediação de João Pieroni, do BNDES, participaram Vitor Saback (Ministério de Minas e Energia), Mauro Henrique Sousa (ANM) e Gustavo Henrique Ferreira (Ministério da Fazenda).
O diretor da ANM, Mauro Sousa, defendeu a necessidade de superar a exportação de minerais brutos. “Não podemos continuar apenas provendo minerais crus, mas buscar verticalização e valorização da cadeia de valor”, disse o diretor. Segundo ele, a agência tem se adaptado para responder com mais agilidade ao setor e anunciou um projeto que automatizará a cessão de direitos minerários, além da parceria com B3 para realizar leilões de áreas para mineração.
Gustavo Ferreira afirmou que a estabilidade macroeconômica, a reforma tributária e a transformação ecológica são pilares para atrair investimentos. “Com a reforma, saímos de um dos piores sistemas tributários para um dos mais avançados. A mineração entra no eixo da transição energética e tem papel central na reindustrialização”, afirmou. Para ele, a cadeia mineral pode unir produtividade, justiça social e sustentabilidade.
Vitor Saback lembrou que o Brasil possui cerca de 20% das reservas de terras raras do mundo, mas quase nenhuma produção. “Temos reservas consolidadas, mas o desafio é iniciar a produção. A diversificação pode ajudar o setor a dobrar sua participação no PIB,que está em cerca de 4%” destacou. Segundo Saback, a estrutura fortalecida da ANM e o ambiente favorável abrem espaço para a consolidação de uma política nacional para minerais críticos ainda este ano.
Rumo à transformação
Os participantes do painel convergiram na ideia de que a transformação mineral exige uma ação coordenada entre governo, setor regulador e mercado. A combinação entre reformas estruturais, desburocratização e valorização da cadeia produtiva aponta para um momento de virada, no qual o Brasil busca sair do papel de exportador de matéria-prima para assumir protagonismo em uma economia global mais sustentável, tecnológica e estratégica.