A parceria entre Brasil e China no setor de mineração está ganhando novos contornos em 2023, com projetos em fase de licenciamento que prometem movimentar bilhões de dólares e estreitar ainda mais os laços entre os dois países.
O diretor do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Gustavo Biscassi, destaca a relevância dessa colaboração, salientando que a China absorveu 64% das exportações brasileiras de minério de ferro em 2022, totalizando quase US$ 20 bilhões em embarques. Desde 2007, os investimentos chineses no setor de mineração somaram US$ 4,4 bilhões, representando uma fatia significativa dos aportes estrangeiros no país.
Nesse cenário, a Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária da Honbridge Holdings, desponta com o Projeto Bloco 8, um empreendimento de minério de ferro na região norte de Minas Gerais. Com investimentos estimados em US$ 2,1 bilhões, o projeto visa a produção anual de 27,5 milhões de toneladas de pellet feed, um minério com alta demanda internacional.
China investe pesado na mineração brasileira
O CEO da SAM, Jin Yongshi, destaca a importância estratégica do projeto, especialmente após ter sido considerado “prioritário” para o país em 2021 e aprovado pela Agência Nacional de Mineração em 2022. O mineroduto de 480 quilômetros até Ilhéus (BA) viabilizará a exportação dos minérios, com destaque para o mercado chinês.
Além disso, outro projeto em destaque é o Lotus I, que inclui um mineroduto estimado em US$ 1,4 bilhão. Henrique Carballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), ressalta o potencial desse investimento para impulsionar a produção de hidrogênio verde, alinhando-se às tendências de energias renováveis e sustentáveis.
Com esses investimentos, a parceria entre Brasil e China na mineração ganha robustez, refletindo não apenas uma relação econômica sólida, mas também o compromisso mútuo com o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica.