por Fernando Fortuna
De acordo com matéria publicada pelo Valor Econômico, a Internet das Coisas (IoT), tecnologia que está redefinindo as operações mineradoras, vem protagonizando uma revolução silenciosa, mas significativa para o setor minerário. Equipamentos pesados e veículos subterrâneos são monitorados em tempo real, com dados coletados e analisados instantaneamente para prever falhas antes que aconteçam.
Dentro desse cenário inovador, o Brasil se destaca com iniciativas pioneiras, mostrando como a tecnologia pode enfrentar até os desafios mais complexos do setor. Essa tecnologia já é empregada tanto na mineração subterrânea, aumentando a segurança operacional e na mineração a céu aberto, possibilitando a descaracterização de barragens em níveis de emergência que limitam o acesso de operadores.
A Mining Hub atua como um hub aberto contribuindo com as mineradoras no apoio a startups que desenvolvem essas tecnologias e na implementação das soluções em suas operações. A IoT permite melhorar a gestão e as operações das minas. “Ela conecta ativos, coletando e analisando dados em tempo real”, resume Leandro Rossi, diretor executivo da Mining Hub. No dia a dia das mineradoras, a IoT é aplicada em diversas frentes, como no monitoramento contínuo de equipamentos críticos, sensores em caminhões de transporte e perfuratrizes para otimizar rotas e consumo de combustível, além de sistemas de telemetria que capturam dados sobre condições de operação e desgaste de componente. O mais importante é que ganhamos escala na coleta, tratamento dos dados e como consequência melhores análises.
Segurança e saúde
O Brasil é destaque mundial na prevenção de acidentes e de melhoria de produtividade por meio de uma ferramenta de detecção de sono na mineração. Sensores acoplados a óculos especiais detectam os reflexos das pálpebras. Um processador integrado faz a digitalização 500 vezes por segundo.
Quanto a segurança, já se vê o uso de sensores IoT que podem detectar condições perigosas, como níveis elevados de gás ou falhas estruturais, e acionar alertas instantâneos, prevenindo acidentes e melhorando a resposta a emergências.
Raul Jungmann, diretor presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), diz que a IoT está cada vez mais inserida no setor de mineração, trazendo ganhos em diferentes frentes. Desde os cuidados com a saúde dos trabalhadores até a redução do uso de insumos, a proteção do meio ambiente e o ganho de produtividade.
Preservação do patrimônio
Rossi cita outro exemplo prático: o uso de sensores IoT para monitorar a integridade de equipamentos, prevenindo falhas antes que elas ocorram. “Isso não só aumenta a vida útil dos ativos, mas também melhora a segurança das operações”. De acordo com Rossi, a manutenção preditiva, impulsionada pelos dados gerados pelos dispositivos IoT, não apenas reduz o tempo de inatividade inesperado, mas também aumenta a disponibilidade dos ativos. Outro uso, acrescenta o diretor executivo da Mining Hub, é a integração de dados coletados por dispositivos IoT em plataformas de análise avançada e dashboards. “Isso permite que os gestores tomem decisões informadas e em tempo real.”
Meio ambiente
Em termos ambientais, completa Rossi, a IoT facilita o monitoramento contínuo de emissões, uso de água e gestão de resíduos, permitindo às mineradoras identificar e mitigar os impactos de forma mais eficiente. “Isso é crucial não só para a conformidade regulatória, mas também para atender às expectativas sociais e de sustentabilidade”. A Mining Hub faz um trabalho a partir de temas priorizados pelas mineradoras em função das demandas voltadas à inovação aberta. Atualmente, essas são as frentes com mais iniciativas: descarbonização, fontes de energias renováveis, excelência operacional, gestão de rejeitos e resíduos, desenvolvimento social, gestão de água e saúde e segurança operacional.