por Fernando Moreira de Souza
De acordo com analistas de mercado, sendo um ativo de segurançao, ouro deve alcançar o patamar recorde de US$ 3 mil onça-troy (é a unidade de medida padrão para metais preciosos e equivale a 31,1 gramas) em 2025, depois de ultrapassar a marca histórica de US$ 2,7 mil em outubro deste ano, como publicado pelo Valor Econômico.
Num momento de tensões geopolíticas e de bancos centrais de diferentes países tentando reduzir a dependência do dólar, a busca de proteção por parte dos investidores ajudou a impulsionar a cotação do metal.
A China, maior produtora de ouro do mundo, tem grandes reservas em dólares e as tem usado para comprar ouro durante períodos em que o yuan chinês está em baixa. Dada a tendência de queda do yuan em relação ao dólar, isso indicaria aumento da demanda por ouro da China, também elevando os preços, de acordo como o Goldman Sachs, os bancos centrais devem elevar suas compras de ouro e impulsionar os preços no próximo ano, ainda que a alta do dólar limite a capacidade de algumas economias emergentes, com reservas mais modestas da moeda, de sustentar suas divisas comprando ouro. No entanto, esses países não são compradores importantes de ouro e, portanto, é improvável que afetem os preços.
A política monetária dos Estados Unidos pode ser determinante para a demanda pelo ouro, como aponta o relatório de 11 de dezembro, analistas do Goldman Sachs passaram a considerar que a cotação do mineral pode alcançar os US$ 3 mil.
No ano, o ouro acumula ganho de 28,8% e ontem, a cotação do ouro fechou em US$ 2.670 a onça-troy, queda de 0,21%.
Ainda que as tensões recuem no Oriente Médio e na guerra entre Rússia e Ucrânia depois que Donald Trump assumir o governo americano, bancos centrais e governos continuarão comprando grandes quantidades de ouro, o cenário base é de que o ouro alcance US$ 2.900 a onça-troy no fim de 2025, segundo o banco Citi.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil ocupa a 14ª posição no ranking global de produção de ouro e tem uma fatia de cerca de 2,5% do mercado global. Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pará, Maranhão e Goiás são os Estados que concentram a extração no país.
Os dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) mostram que a produção brasileira de ouro em 2023 foi de 66,66 toneladasEm 2023, a exportação brasileira de ouro atingiu 77,7 toneladas, totalizando US$ 3,5 bilhões. O valor da exportação é superior ao valor produzido. Isso acontece porque as exportações também podem superar o ano calendário de 12 meses, além da produção mineral daquele ano. No Brasil, as empresas de mineração de ouro associadas ao instituto estão alinhadas a práticas de qualidade social e ambiental.
A produção da Índia em 2023 foi de 15,1 toneladas, enquanto o país consumiu 50 vezes mais, cerca de 747,5 toneladas, de acordo com dados da Gold Bullion Company. China e Índia são os países que mais consomem ouro no mundo. Diferentemente da China, considerada a maior produtora, a Índia não aparece no top10 entre os países que mais produzem o mineral, o que desperta o debate sobre a sustentabilidade da produção.