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Por Ricardo Lima
O presidente do Ibram, Raul Jungmann, destacou o papel central da mineração em um cenário global marcado por instabilidade. Ele afirmou que a importância dos minerais críticos se dá com a “desordem mundial”, citando a paralisia do Conselho de Segurança da ONU diante de conflitos como os da Ucrânia e de Gaza. Para ele, esse contexto aponta para uma perda da capacidade de cooperação em ações globais, assim como questões de geopolítica mundial e soberania de países.
Jungmann participou no Rio de Janeiro da abertura da Conferência Internacional da Cadeia de Valores de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização que teve a presença de autoridades e representantes de instituições públicas e privadas ligadas ao setor mineral. o evento promovido pelo BNDES busca impulsionar o desenvolvimento da cadeia de minerais estratégicos e posicionar o Brasil como um exportador de produtos minerais de baixo carbono.
Transição energética
Jungmann afirmou que os minerais críticos são decisivos para setores estratégicos das grandes economias, sobretudo, no processo de transição para uma economia de baixo carbono. Ele reforçou que não há futuro energético renovável sem esses insumos: “É impossível pensar em baterias elétricas sem o lítio ou cobre, ou em energia eólica e solar sem os minerais necessários para aerogeradores e placas fotovoltaicas”. O presidente do Ibram ressaltou ainda que o Brasil detém parte expressiva das reservas mundiais desses recursos, como o nióbio, o níquel e as terras raras.
Desafios internos
Apesar do potencial, ele alertou que o país precisa avançar em etapas de refino, manufatura e industrialização. Segundo Jungmann, há quatro grandes obstáculos: o desconhecimento do próprio território, entraves regulatórios, dificuldade de financiamento e a ausência de uma política nacional clara para os minerais críticos. Ele concluiu que, sem superar esses desafios, o Brasil corre o risco de repetir o modelo colonial, baseado na exportação de commodities de baixo valor agregado.