O governador Paulo Dantas se encontrou nesta quarta-feira (26) com o ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, para discutir a representação encaminhada pelo Governo do Estado e pelo Senado Federal que questiona os acordos financeiros firmados pela Braskem.
O governador solicitou ao ministro que suspenda a possível venda da petroquímica, anunciada pela imprensa, pois o negócio prejudica diretamente os moradores das regiões afetadas pelo afundamento do solo, que ficaram de fora das negociações.
Paulo Dantas criticou fortemente o acordo recentemente anunciado entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió, no valor de R$ 1,7 bilhão. Ele relatou ao ministro que a negociação excluiu os moradores da capital alagoana e de outras 12 cidades vizinhas afetadas pelo desastre ambiental. Segundo o governador, cerca de 60 mil vítimas foram empurradas para as cidades vizinhas e não foram ouvidas nem devidamente indenizadas.
Braskem em Alagoas
O governador ressaltou que o Estado também sofreu prejuízos com a exploração da mineradora e que isso precisa ser levado em conta nas negociações para a venda da empresa. Segundo ele, o Estado teve perdas de postos de saúde, escolas desativadas, um hospital psiquiátrico e uma central da Samu, além de uma queda significativa na arrecadação de ICMS na região afetada.
Paulo Dantas ainda destacou que o acordo não pode ser concluído porque transfere para a Braskem cerca de 40% dos imóveis existentes em Maceió, o que ele classificou como “a maior especulação imobiliária do mundo”. Ele explicou que, pelo acordo, a empresa pode comercializar as áreas e imóveis caso consiga estabilizar o terreno, o que proporcionaria um lucro de R$ 50 bilhões em vinte anos.
O governador enfatizou que a empresa, responsável por um crime ambiental sem precedentes, não pode lucrar com o desastre enquanto as vítimas pagam o preço. A reunião contou com a presença da secretária da Fazenda, Renata dos Santos, da procuradora-geral do Estado, Samya Suruagy, e do prefeito de Batalha, Wagney Dantas