A falta de cobre pode atrasar a transição energética. Afinal, o cobre é um metal crucial na produção de soluções e tecnologias limpas e renováveis, incluindo painéis solares, turbinas eólicas, baterias de veículos elétricos e infraestrutura de rede elétrica.
De acordo com James Attwood, colunista da Bloomberg, o cobre é um condutor elétrico eficiente que é relativamente abundante.
No entanto, a descarbonização das indústrias exigirá muito mais do que está disponível atualmente. Isso porque milhões de metros de fiação de cobre são necessários para construir as redes mais densas e complexas que podem lidar com a eletricidade produzida por fontes renováveis.
Além disso, os parques solares e eólicos requerem muito mais cobre por unidade de energia produzida do que as usinas a carvão e a gás. Da mesma forma, os veículos elétricos usam mais que o dobro de cobre que carros movidos a gasolina.
Com base nisso, estima-se que a demanda anual dobre para 50 milhões de toneladas métricas até 2035.
O crescimento da oferta deve atingir o pico em 2024. O Goldman Sachs Group Inc. estima que as mineradoras precisarão gastar cerca de US$ 150 bilhões na próxima década para superar um déficit de 8 milhões de toneladas.
Atualmente, a cadeia de fornecimento de cobre está voltada para a China, que processa e consome grande parte dos metais extraídos na América Latina e na África. O país é o líder na fabricação de veículos elétricos.
Conforme destacou Attwood, se a escassez de oferta de cobre for tão severa quanto alguns analistas preveem, isso causaria um aumento nos preços que pode prejudicar a economia e atrasar a adoção de soluções sustentáveis.
Os preços mais altos até devem dar aos mineradores algum incentivo para aumentar a produção, mas são necessários vários anos para uma nova mina entrar em operação.
Ainda segundo Attwood, a política nacional poderia frear a nova oferta.
“Os países com grandes reservas de metais estão pressionando por uma parcela maior dos lucros da mineração para resolver as desigualdades econômicas, o que pode desencorajar alguns investimentos. Barreiras burocráticas também podem atrapalhar.”