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Por Redação
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, firmaram uma trégua na disputa comercial entre os dois países, com um elemento estratégico central: a suspensão de controles chineses sobre a exportação de terras raras, minerais críticos para a indústria global e essenciais à transição energética.
A China, que mantém quase monopólio global na produção e refino de terras raras, havia sinalizado a adoção de licenças obrigatórias para exportações — medida que poderia afetar setores como energia renovável, tecnologia de ponta e defesa. A suspensão desse plano, anunciada como parte do acordo, evita um choque significativo nas cadeias de suprimento mundiais.
Segundo o professor Dennis Wilder, da Universidade Georgetown, ouvido pela Al Jazeera, o resultado representa “uma pausa e um pequeno recuo na guerra comercial”. Ele destacou que EUA e China “não abandonaram suas armas comerciais, apenas concordaram em parar de disparar” enquanto mantiverem o compromisso.
Trump classificou a conversa com Xi como “incrível” e afirmou que a questão das terras raras está “resolvida”. Para ele, “não há nenhum obstáculo” sobre o tema. O presidente acrescentou que o pacto será revisado anualmente.
A consultora Shan Guo, da Hutong Research, disse à Al Jazeera que Pequim usou os minerais como instrumento de negociação. “A China está conseguindo o que quer usando terras raras como alavanca”, afirmou.
Dados do Peterson Institute for International Economics, citados pela Folha de S.Paulo, mostram que até setembro as tarifas médias aplicadas pelos EUA sobre produtos chineses estavam em 57,6%, enquanto as de Pequim sobre itens americanos estavam em cerca de 32,6%. Em abril, quando Trump anunciou as primeiras sobretaxas, os picos tarifários chegaram a 147,6% por parte dos EUA e 135,3% por parte da China.
O acordo foi selado em reunião privada na Base Aérea de Gimhae, em Busan, na Coreia do Sul, e encerra as negociações sobre as sobretaxas aplicadas por Trump no primeiro semestre, reduzindo tensões em uma relação marcada por disputas comerciais, tecnológicas e militares.
Com relação às terras raras, um dos principais pontos de tensão para Washington, as medidas chinesas ficam suspensas por um ano. Na prática, empresas que utilizam terras raras chinesas não precisarão obter licenças especiais para exportar produtos contendo esses minerais.
Apesar do alívio momentâneo, tarifas e outras barreiras entre as duas maiores economias do mundo permanecem elevadas, e analistas classificam o acordo como um “congelamento parcial” do conflito comercial.













