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Por Ricardo Lima
Um estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificou concentrações elevadas de fosfato, urânio e elementos terras raras na borda oriental da Bacia Sedimentar do Parnaíba, no leste do Piauí, ampliando o conhecimento sobre o potencial mineral estratégico da região.
A pesquisa está detalhada no informe técnico Ocorrências de Fosforitos Sedimentares na Formação Longá, Grupo Canindé, Borda Oriental da Bacia do Parnaíba, disponível no Repositório Institucional de Geociências (RiGeo). O trabalho integra o projeto “Geologia e Potencial Mineral da Borda Oriental da Bacia do Parnaíba” e foi desenvolvido pelos pesquisadores do SGB Paulo Roberto Benevides Filho, Elem Cristina dos Santos Lopes e Carolina Reis.
De acordo com o estudo, foi identificado um intervalo fosfatado com teores elevados de fosfato, urânio e terras raras, com valores que se equiparam — e, em alguns casos, superam — os observados em depósitos sedimentares clássicos explorados em outros países. A espessura das rochas sedimentares da Formação Longá, que pode alcançar até 200 metros, reforça a possibilidade de continuidade dessas concentrações em profundidade.
Segundo a pesquisadora Carolina Reis, os dados obtidos representam um avanço relevante no entendimento geológico da região. “Essa publicação traz estudos detalhados, em diversas escalas, de ocorrências inéditas de fosforitos associados a concentrações notáveis de urânio e elementos terras raras na borda leste da Bacia do Parnaíba”, afirma. Ela acrescenta que “os dados apresentados indicam potencial para viabilidade econômica para essas ocorrências”.
Metodologia e resultados analíticos
As análises químicas iniciais foram realizadas em campo com o uso de um gamaespectrômetro portátil. Posteriormente, amostras representativas passaram por análises laboratoriais com técnicas como Fluorescência de Raios X (FRX), ICP (Plasma Indutivamente Acoplado) e Microssonda Eletrônica de Varredura (MEV), que confirmaram os resultados preliminares.
Os dados apontam concentrações de até 26,02% de P2O5, urânio com valores de até 1.268 ppm e teores elevados de terras raras, incluindo disprósio (até 259 ppm), érbio (até 281 ppm), itérbio (até 392 ppm) e ítrio, que alcançou até 2.188 ppm.
O estudo reforça o potencial da Bacia do Parnaíba como área estratégica para a prospecção de minerais críticos, especialmente aqueles associados à transição energética e à segurança de insumos minerais.













