Diante dos graves indícios de ilegalidade presentes em cerca de metade da produção de ouro do Brasil, empresas do país estão adotando a tecnologia blockchain como uma solução para rastrear e combater a mineração ilegal. De acordo com dados do Instituto Escolhas, entre 2015 e 2020, o Brasil negociou 229 toneladas de ouro com possíveis sinais de atividades ilegais.
Para garantir a origem legítima do metal em toda a cadeia produtiva até a comercialização, a startup brasileira Certimine desenvolveu uma plataforma de certificação. No último ano, a empresa certificou 120 operações de mineradoras de grande, médio e pequeno porte em vários estados do Brasil.
A Certimine utiliza como referência padrões adotados na Austrália e no Canadá, além das normas brasileiras de segurança e dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, em seu checklist para garantir a conformidade legal, gestão, segurança, sustentabilidade e responsabilidade social das mineradoras. Todos os dados são monitorados por meio de QR Code, o que permite que as informações sejam consultadas em qualquer etapa, desde a mineradora até o comprador final.
Após o processo de certificação, trinta mineradoras não foram aprovadas e estão passando por ajustes para atender aos critérios estabelecidos. A tecnologia blockchain se apresenta como uma aliada importante para combater a mineração ilegal e garantir práticas sustentáveis e responsáveis na indústria mineral do Brasil.