Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Redação
A morosidade regulatória do setor, imprevisibilidade do licenciamento ambiental, a ausência de um controle prévio estruturado para grandes operações, o ruído da desinformação e a crescente demanda por critérios ESG são os desafios citados pelos palestrantes do painel no Invest Mining, que discutiu os desafios para a implantação de projetos de mineração no Brasil.
As discussões recentes entre especialistas do setor revelam que, além de questões regulatórias e ambientais, existe a necessidade de adaptação a um novo cenário geopolítico.
O diretor da Prisma Capital, Ricardo Fonseca, moderador do painel, afirmou que os desafios da mineração não são poucos, mas os retornos têm sido muito bons. “Nosso desafio é trazer esse investimento, esse ecossistema de empresas que operam no Brasil com capitais abertos nas Bolsas da Austrália e de Toronto, para dentro do nosso mercado financeiro”, disse Fonseca.
Um dos pontos mais críticos apontados é o licenciamento ambiental. O diretor da Ore Investments Mauro Barros, diz que, embora os riscos inerentes à exploração sejam precificados, o fim do entrave do licenciamento ambiental e a captação de recursos para a etapa de construção são dois pontos fundamentais para o desenvolvimento do ativo.
“A imprevisibilidade gerada pela falta de regulamentação clara é um gargalo significativo, resultando em questões judiciais que consomem tempo e afastam investidores que buscam estabilidade”, observou.
Geopolítica
O contexto jurídico também apresenta suas particularidades. O sócio do escritório jurídico Lefosse, Christiano Redher, afirma que a nova ordem geopolítica trouxe uma grande preocupação com o controle prévio das grandes operações, algo que historicamente era mais flexível no Brasil.
De acordo com ele, “diferentemente de jurisdições maduras como Canadá e Austrália, o Brasil carece de uma estrutura regulatória robusta para esse controle prévio, o que gera incerteza para o investidor estrangeiro acostumado a cenários mais previsíveis”.
Além da burocracia, a mineração se encontra sob os holofotes, o que Redher descreve como um “ruído inflamável”. Essa visibilidade excessiva abre espaço para a desinformação e acionamento desnecessário de órgãos, criando um ambiente de instabilidade para o setor.
A pressão por uma mineração sustentável é inegável, e a necessidade de equacionar a previsibilidade na fase de licenciamento é crucial para o avanço dos projetos, conforme apontado por Oswaldo Dalla Torre, sócio do Tozzini & Freire.
Um novo perfil de investidor também emerge, trazendo consigo uma forte pauta ESG (Ambiental, Social e Governança). Essa demanda por práticas mais responsáveis, embora positiva, adiciona uma camada de complexidade aos projetos existentes e futuros, exigindo que as empresas se adaptem e demonstrem compromisso com a sustentabilidade em todas as suas operações.
Reestruturação nas estratégias
A falta de previsibilidade e segurança jurídica, aliada a essa nova pauta, exige uma reestruturação nas estratégias de captação e execução.
Contudo, o cenário dos minerais críticos apresenta uma oportunidade. O diretor da Regia Capital Vitor Ornelas, observa que a temática global dos minerais críticos tem sido tão proeminente que ajuda a superar alguns obstáculos que a mineração tinha antes, especialmente no financiamento e atração de capital.A falta de previsibilidade e segurança jurídica, aliada a essa nova pauta, exige uma reestruturação nas estratégias de captação e execução.
Contudo, o cenário dos minerais críticos apresenta uma oportunidade. O diretor da Regia Capital Vitor Ornelas, observa que a temática global dos minerais críticos tem sido tão proeminente que ajuda a superar alguns obstáculos que a mineração tinha antes, especialmente no financiamento e atração de capital.
“A busca global por produção fora da China, devido a controles de exportação, elevou os preços e incentivou um fluxo significativo de investimentos, facilitando o financiamento em todas as etapas da cadeia”, concluiu.
O tema central da segunda edição do evento destacou “A importância econômica da mineração no cenário de transição energética”. A programação do evento contemplou uma série de painéis que abordaram o desenvolvimento das cadeias de minerais críticos no país, os projetos estratégicos em andamento, os desafios para implantação de empreendimentos e os mecanismos disponíveis de financiamento voltados ao setor mineral. Também serão debatidas soluções para alavancar o papel do Brasil na produção e fornecimento de minerais essenciais à nova economia de baixo carbono.
O Invest Mining Summit 2025 tem o patrocínio de empresas e entidades de destaque no cenário mineral e financeiro, entre elas: BHP, Itaú BBA, Vale, Geosol, Frontera Minerals, Meteoric Resources, Alvarez & Marsal, Lefosse Advogados, MGLIT, GE21 Consultoria Mineral, Ígnea Geologia e Meio Ambiente, Ore Mining Investments, Viridis, Mining Minerals, Tozzini Freire Advogados, XP Investimentos e Prisma Capital.
