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por Fernando Moreira de Souza
De acordo com matéria publicado pelo Valor Econômico, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) tem enfrentado desafios no setor de aço, o que resultou na dependência crescente da mineração para garantir liquidez. O segmento siderúrgico, impactado pela concorrência global e altos investimentos em modernização, tem consumido recursos financeiros. Em contrapartida, a CSN Mineração se consolidou como a principal fonte de caixa do grupo.
No terceiro trimestre de 2024, a mineradora detinha R$ 14,5 bilhões dos R$ 19,3 bilhões totais em caixa. Enquanto a siderurgia representou 14% do Ebitda consolidado de janeiro a setembro, a mineração respondeu por 56%. Diante desse cenário, a CSN Mineração tem sido utilizada para auxiliar nas obrigações financeiras da controladora. Um contrato de cessão de recebíveis de exportação, avaliado em US$ 1 bilhão para 2025, foi firmado em janeiro com o objetivo de amortizar contratos de pré-pagamento e financiamentos.
Alavancagem em Foco e Reavaliação de Metas
A CSN revisou suas projeções de alavancagem diante das pressões financeiras. Inicialmente, o grupo pretendia encerrar 2024 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,5 vezes, mas o alvo foi reajustado para 3 vezes ao final de 2025. Em setembro, esse índice estava em 3,34 vezes. A CSN Mineração, por sua vez, manteve alavancagem negativa, refletindo sua robustez financeira.
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito da CSN de “Ba3” para “Ba2”, mas ajustou a perspectiva de negativa para estável, projetando uma alavancagem entre 4,5 e 5 vezes no próximo ano. Fitch Ratings e S&P Global Ratings mantêm a classificação “BB” para a CSN, embora a S&P tenha alterado sua perspectiva para negativa em agosto.
Expansão e Impactos no Mercado
Nos últimos anos, a CSN investiu na aquisição de ativos para diversificação. No setor de cimento, adquiriu a Cimentos Elizabeth e a LafargeHolcim no Brasil. Em energia, comprou a CEEE Geração, e, em logística, propôs a aquisição de 70% da Tora Transportes por R$ 742,5 milhões. Esses investimentos, somados à queda nos resultados da siderurgia, levaram analistas a adotar uma postura cautelosa em relação à CSN.
Segundo o J.P. Morgan, os preços baixos do aço, agravados pelo aumento das importações chinesas, continuarão pressionando os resultados da CSN. Analistas avaliam que as ações da CSN Mineração estão sobrevalorizadas e recomendam a venda, indicando alternativas mais atrativas no setor, como a Vale.
O grupo ainda estuda estratégias para otimizar sua estrutura financeira. A CSN pode seguir o caminho adotado na CEEE e na CSN Mineração, considerando a venda de participações minoritárias em Cimentos e CSN Infra. A posição de caixa fortalecida, impulsionada pela venda de uma fatia da mineradora para a Itochu Corporation, pode ser utilizada para reduzir dívidas e alongar prazos de financiamento ao longo de 2025.
Para a Moody’s, a perspectiva estável da nota “Ba2” reflete a expectativa de que a CSN reduzirá sua alavancagem para abaixo de 3 vezes, mantendo um caixa em torno de R$ 15 bilhões.
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