por Fernando Moreira de Souza
De acordo com matéria da Folha de São Paulo, depois de uma tentativa fracassada de influencia na Vale, o grupo Cosan, que pertence a Rubens Ometto, se desfez de 4,05% de sua participação na empresa pelo valor de R$ 9 bi.
Ao mercado foi a nunciado pelo grupo que o objetivo da operação foi para otimizar sua estrutura de capital, o que agradou aos investidores. A empresa ja sabia que a ofensiva sobre a Vale havia se tornado um problema, quando encerrou o terceiro trimestre com uma dívida liquida de R$ 21,7 bi.
O banco Itaú BBA considerou a ação positiva, já que elimina o peso no valor dos papéis e Rubens Ometto, junto com o presidente da Cosan, Marcelo Martins, diseram em nota que a decisão da vend das ações foi pragmaática. “O patamar atual da taxa de juros nos obriga a reduzir a alavancagem da Cosan, na minha trajetória de empreendedor, fui ficando mais pragmático, já passei por muito e aprendi que o foco deve ser na disciplina financeira para podermos continuar crescendo” disse Ometto.
Vale e Cosan chegaram a planejar uma parceria no porto de São Luís, no Maranhão, projeto orçado em pouco mais de R$ 1 bilhão, que ficaria a seis quilômetros da EFC (Estrada de Ferro Carajás) e teria capacidade para movimentar mais de 100 milhões de toneladas ao ano. A ofensiva de Ometto sobre a Vale, tinha como objetivo garantir influência sobre uma das maiores empresas brasileiras e foi planejada pela proximidade que a empresa manteve com o governo Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas nas eleições de 2022 .
Na época, o presidente da Cosan era Luís Henrique Guimarães, que havia dito que a empresa chegava para somar e garantir que a companhia e os executivos teriam os recursos e o alinhamento necessários para alavancar todas as possibilidades que o portfólio da Vale permitia. Em seguida, Guimarães foi eleito para o conselho da Cosan e na sequencia se tornou candidato de Ometto para comandar companhia, mas esses planos foram dificultados pela proximidade bolsonarista, o que gerou afastamento do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com apoio da Previ, que é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil e o principal veículo de influência do governo sobre a mineradora, a Vale acabou elegendo seu diretor Financeiro, Gustavo Pimenta.