Eduardo Gama, CEO da empresa, destacou avanços na rastreabilidade do ouro e no combate ao garimpo ilegal
A mineração repensável foi um dos principais temas tratados durante a Conferência de Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, e o Brasil foi um dos principais protagonistas sobre o assunto na conferência pelo papel na transição energética mundial. O país possui depósitos de minerais essências para uma economia de baixo carbono.
E uma startup brasileira presente da COP, chamou a atenção do mundo ao falar sobre como a certificação e a rastreabilidade na cadeia produtiva do ouro pode ajudar a combater o garimpo ilegal, principalmente, na região amazônica. A Certimine é pioneira no Brasil em certificação de mineradoras. Eduardo Gama, CEO da empresa falou em um painel dedicado a novas ferramentas e métodos para garantir a procedência legal e a rastreabilidade do ouro.
Gama destacou detalhou o trabalho da empresa e o processo de certificação desenvolvido pela Certimine. Que atua com método reconhecido pela sua rigorosa adesão aos padrões ESG, tem sido eficaz na prevenção da circulação de mais de 200 kg de ouro de origem irregular no mercado legal. Isso resultou na obstrução de cerca de 12 milhões de dólares que poderiam financiar atividades de garimpo ilegal nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso.
Segundo o executivo, a participação da empresa na COP 28 é fundamental para destacar as iniciativas positivas desenvolvidas no Brasil. Ele enfatizou a importância do ICMTC, um consórcio de empresas comprometidas em combater o garimpo ilegal, do qual a Certimine é integrante.
“Somos pioneiros neste processo de certificação e vemos um grande potencial em expandir essa tecnologia sustentável para outras regiões do mundo. Nossa presença aqui visa compartilhar e absorver experiências, sobre mineração responsável e economicamente viável. Estamos extremamente orgulhosos do que estamos construindo”, explicou.
O processo inclui visitas e avaliações baseadas em mais de 500 parâmetros, abrangendo desde o impacto ambiental até as condições de trabalho. Como a certificação se baseia em padrões internacionais, as mineradoras que recebem o selo, ficam aptas para exportar o produto para o mundo. Neste cenário, é possível também fortalecer a mineração artesanal e responsável. Essa abordagem é especialmente relevante considerando que as micro e pequenas empresas de mineração representam 86% do total de operações do segmento no Brasil.
“Um dos principais objetivos da Certimine é garantir que as empresas que seguem as normas de mineração responsável se destaquem e sejam apartadas do garimpo ilegal. Aproximadamente 25% do ouro extraído no Brasil vem da mineração artesanal, que tem um papel fundamental no fortalecimento econômico de várias comunidades, portanto não podemos negar a força desses produtores. Sem a certificação, o ouro ilegal acaba sendo introduzido indiscriminadamente no mercado formal, e é exatamente isso que estamos empenhados em combater”, afirmou Gama.
Sobre a Certimine
Criada em 2022, a Certimine é pioneira na criação de processos de certificação de mineradoras. São mais de 500 parâmetros de avaliação, incluindo grau de impacto ambiental e condições de trabalho. A empresa já certificou mais de 200 mineradoras, aplicando rigorosos padrões ESG (ambientais, sociais e de governança) para garantir uma mineração mais ética e sustentável. Com atuação nos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Tocantins, a Certimine visa não apenas melhorar a eficiência e a rastreabilidade da cadeia do ouro, mas também promover uma mudança positiva nas comunidades e ecossistemas onde opera.