A Braskem, petroquímica atuante em Alagoas, recebeu autorização da ANM (Agência Nacional de Mineração) para realizar pesquisas em sete áreas próximas a Maceió, nos municípios de Paripueira e Barra de Santo Antônio, em busca de novas jazidas de sal-gema. Essa iniciativa ocorre após mais de 40 anos de exploração na zona urbana da capital alagoana.
Os pedidos de exploração foram feitos em setembro de 2019, quatro meses após um relatório do Serviço Geológico do Brasil associar afundamentos de solo e fissuras em imóveis e ruas de Maceió à exploração de sal-gema. As autorizações foram concedidas e estão ativas, apesar da oposição dos municípios afetados.
A busca na região foi motivada por indícios de presença de sal-gema identificados durante prospecções para petróleo nos anos 1940. A Braskem tem autorização para analisar possíveis jazidas em sete áreas, cada uma com cerca de 2 mil hectares.
A empresa, que atualmente importa sal-gema do Chile para sua fábrica em Maceió, alega que a pesquisa ocorre em áreas não urbanas, sem fornecer detalhes sobre os resultados. Caso novas jazidas sejam encontradas, a Braskem precisará solicitar licenças ambientais e de lavra.
Ambas as prefeituras dos municípios em questão expressaram sua oposição à exploração do subsolo. A prefeitura de Paripueira afirmou que não foi consultada sobre o assunto, enquanto a Barra de Santo Antônio declarou ser contra e que não concederá licenças para a exploração de sal-gema.
Os municípios e estados que abrigam empreendimentos de mineração recebem royalties pela exploração mineral. A ANM é responsável pela fiscalização desses repasses. A Braskem enfatiza que, apesar das pesquisas, seu foco principal é garantir a segurança das pessoas e implementar medidas para compensar os impactos decorrentes da desocupação de imóveis em bairros de Maceió.