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Por Ricardo Lima
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) assinou nesta quarta-feira (30) o primeiro contrato para retomada dos levantamentos aerogeofísicos no país, interrompidos há mais de uma década. O estado do Tocantins será o ponto de partida dos voos que utilizarão tecnologias de ponta para investigar o subsolo brasileiro.
A ação integra uma estratégia nacional de ampliação da base geocientífica, com impacto direto na prospecção de minerais estratégicos, no desenvolvimento sustentável e na atração de investimentos.

Foto: Igo Estrela / SGB
Tocantins será o primeiro a receber os voos
O contrato firmado com a empresa Xcalibur Smart Mapping marca a reativação de uma importante ferramenta de conhecimento geológico do território nacional. A primeira área a ser sobrevoada cobre 20 mil quilômetros quadrados no sudeste do Tocantins, abrangendo municípios como Almas, Dianópolis, Taguatinga e Ponte Alta do Tocantins.
Segundo o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo, o levantamento está inserido em uma política mais ampla do governo federal. “Esse trabalho está totalmente alinhando com o que o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vêm defendendo: ampliar o conhecimento sobre o nosso território, valorizar nossas potencialidades e abrir caminhos para a descoberta de novas áreas com terras raras e minerais estratégicos”, afirmou. Ele acrescentou: “É uma demanda antiga, que o SGB vem batalhando há bastante tempo”.
As áreas escolhidas possuem elevado potencial mineral e importância geotectônica. O uso de magnetometria, gamaespectrometria e gravimetria strapdown permitirá uma resolução de 250 metros entre as linhas de voo, aumentando a precisão dos dados e fornecendo uma nova visão sobre os recursos da região.

Fonte: SGB
Dados modernos para desafios atuais
Além de ampliar a resolução em regiões já cobertas, o novo levantamento busca modernizar a base geofísica do país. O objetivo é subsidiar tanto a pesquisa científica quanto a formulação de políticas públicas para mineração, meio ambiente e gestão hídrica.
Para o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, a iniciativa representa um marco para o setor. “É um momento histórico para o SGB e para as geociências brasileiras. Esta retomada fortalece a infraestrutura de dados geológicos do país e traz novas possibilidades para a pesquisa científica, a exploração mineral sustentável e a busca por recursos estratégicos”, declarou.
Os dados também devem beneficiar políticas de ordenamento territorial e auxiliar na identificação de aquíferos subterrâneos. A retomada dos levantamentos faz parte de ações integradas ao Plano Nacional de Mineração 2030/2050, ao Plano Nacional de Mapeamento Geológico e Pesquisas Minerais (PlanGeo), ao Plano Plurianual da União (PPA) e ao Programa DEEP Brazil.